terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Motivado, Paulo Chupeta diz: 'Nunca me preocupei em colocar a cara'


Paulo Chupeta (Foto: Fabio Leme)Há três anos, Paulo Chupeta via seu trabalho como técnico do time profissional de basquete do Flamengo ruir de uma maneira que ele mesmo não entendia, aceitava. As derrotas para o Brasília tanto na final do NBB, quanto na da Liga Sul-Americana pesaram sobre os ombros do treinador, que ouvia da diretoria o argumento de desgaste interno como motivo para a troca no comando. Ao ser comunicado da mudança de percurso pela então presidente do clube, Patrícia Amorim, que lhe convidara para assumir toda a categoria de base do Rubro-Negro, Chupeta não escondeu sua frustração, mas acabou topando o novo rumo, sem muito saber até qual lugar aquilo iria chegar.

Passado o tempo, a escolha pela permanência na Gávea demonstrou ter sido correta. Vencedor e sortudo, Chupeta viu, logo em seu primeiro ano à frente da equipe sub-22, a criação da Liga de Desenvolvimento de Basquete e nela a oportunidade de dar a volta por cima, se reerguer mesmo. E já na primeira disputa, o profissional, que já havia vencido o Brasileiro de 2008, a primeira edição do NBB em 2009, o Sul-Americano do mesmo ano, além de seis estaduais, colocou no peito mais um faixa. Em 2013, a segunda, após bater no aro em 2012.

- Aconteceu aquela mudança, que foi algo político. O Flamengo estava em primeiro no NBB (2011/2012), quando a Patrícia me chamou e disse que eu iria sair do time profissional. Eu senti nela um constrangimento em dar a notícia. Na mesma hora, ela me convidou para cuidar de toda a base. Na hora pensei e topei. Fiquei quieto, esperando. Daí, teve a criação desta Liga e acabamos ganhando. Hoje, somos referência nacional e isso me motiva. Nunca me preocupei em colocar a cara - declarou Chupeta, que tem 18 anos de serviços prestados ao clube.

Gegê, Chupeta e Douglas (Foto: Fabio Leme) 
Gegê, Chupeta e Douglas com o troféu de bicampeão da LDB (Foto: Fabio Leme)
Para o comandante da garotada rubro-negra, a grande diferença entre treinar jovens e adultos é a personalidade do jogador em questão.

- A maior dificuldade nos profissionais é administrar o ego. Você tem que ter um plantel e não seis jogadores. Já a garotada, você tem que ser mais paizão, bandido, herói, um pouco de tudo - disse.

Questionado se sente falta de comandar um time profissional, se é realizado com seu atual momento, Chupeta apenas declarou que uma nova mudança não é tão simples.

- Hoje, me sinto valorizado aqui e só uma proposta muito boa me faria trocar. Teve uma época que o Tijuca estava para ser rebaixado e me chamou para os jogos finais, mas não me deixaram ir, por causa deste no trabalho aqui no Flamengo, que é muito reconhecido - afirmou.

Neto elogia trabalho de 'papa-títulos'

José Neto com o troféu que foi entregue ao Minas pelo vice-campeonato da LDB (Foto: Fabio Leme)O trabalho de Chupeta foi enaltecido pelo técnico dos profissionais, José Neto. Acompanhando a conquista da base rubro-negra da arquibancada do ginásio Hélio Maurício, ao lado do pivô Shilton, o comandante destacou que o que vem sendo feito na base do clube é importante diretamente para o que ele faz no seu dia a dia.

- É sempre bom enaltecer o trabalho que o Chupeta vem fazendo. Ele é um grande técnico. Vemos esses jogadores formando um time que sabe ganhar, eles sabem jogar o jogo. Isto é muito mérito do Chupeta. Muitos deles treinam comigo e estão amadurecendo.O trabalho da base e do profissional são duas coisas que se completam. Os títulos solidificam o trabalho. O pensamento é esse de o Flamengo ser forte na base e nos profissionais - explicou Neto, que admitiu a dificuldade de apenas observar alguns jogadores que está acostumado a dirigir.

- Nossa, é muito difícil até porque é meu ímpeto fazer isso, eu sou assim. Aí, você vê estes jogadores na quadra, você sempre tem a vontade de falar algo. Mas ali, eu não podia fazer, eu tinha que ficar só observando mesmo - completou.

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