Uma trajetória longa, com 460 capítulos, sete troféus, mas ainda incompleta.
É desta maneira que Léo Moura define sua história no Flamengo. Capitão no
tricampeonato da Copa do Brasil, o lateral-direito engrandeceu um cartel que já
contava com outra conquista da competição nacional, um Brasileirão e quatro
estaduais. Há quem diga que trata-se do segundo maior da posição na história do clube -
atrás apenas de Leandro. Mas ele quer mais antes de se aposentar. Para ser mais
exato, o camisa 2 tem uma obsessão: o título da Libertadores.
O desejo vem não somente pela competição ser a mais importante entre
clubes das Américas. Foi na Libertadores que Léo Moura viveu as maiores
decepções em oito anos e meio de Gávea. Se títulos foram muitos em território
nacional, além das fronteiras o lateral esteve nas trágicas eliminações para
Defensor (URU), em 2007, América do México, em 2008, e logo na primeira fase no
ano passado - além da queda diante do Universidad de Chile, em 2010, na fase de quartas de final.
Experiência de sobra para o camisa 2 dividir com os companheiros na busca pelo
bi continental do Fla.
- Claro que é uma lição. Libertadores é um campeonato totalmente
diferente, o jogador tem que saber jogar. O juiz não marca qualquer falta,
jogamos em campos apertados, com dificuldades, e nós, que já jogamos essa
competição, temos que passar a experiência para os mais novos. Essa (taça) eu vou ter
uma oportunidade de disputar ainda, de chegar na final e, se Deus quiser, poder
levantar. Não vai ser fácil, não, mas vamos buscar esse título no ano de 2014.
O jogador fica marcado quando ganha título. Vamos nos dedicar e dar o melhor.
Léo Moura faz discurso para elenco no gramado do Maracanã após conquista da Copa do Brasil (Foto: Cahê Mota)
O contrato de Léo Moura com o Flamengo vai até 31 de dezembro, e as
conversas já estão adiantadas por uma renovação por mais dois anos, prazo que o
jogador determina para encerrar a carreira. É praticamente inimaginável que o
capitão não esteja presente no retorno à Libertadores em 2014. Entretanto,
antes de se alongar sobre o que pode acontecer no futuro, o camisa 2 ainda
recorda o passado, na inesquecível noite de 27 de novembro de 2013.
- Foi tudo muito emocionante. Não vou mentir. Na concentração, eu só
imaginava esse momento de levantar a taça. Nunca ia imaginar que, com 35 anos, ia
ser campeão da Copa do Brasil. Sou grato a Deus por isso. A taça é bem pesada.
Antes, até peguei para ver, mas na hora eu estava com muita força. Foi muito
difícil chegar na final e tinha que ter força para levantar.
Após o título, Léo Moura reuniu o elenco do Flamengo no centro do
gramado para uma oração e palavras de incentivo. Com o discurso feito, tocou na
cabeça de cada companheiro, em ato que revelou ser uma mistura de fé e conselho
do atleta mais velho do elenco.
- Fiz questão de reunir o grupo, reunir minhas duas filhas, queria até
um pouco mais gente da família. Foi uma coisa de Deus mesmo, um ato profético,
fiz questão de mostrar para eles que só chegamos até a final porque fomos
abençoados e fomos muito amigos. Que eles tenham isso em mente e não parem por
aí. Os mais novos têm tudo para conquistar novos títulos.
E de título Léo Moura entende. A história no Flamengo prova isso. O único
"porém" se chama Taça Libertadores da América. Pelo menos, até 2014.
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