O maior entusiasta da campanha dos tijolinhos, lançado em 2010 por Patrícia Amorim, quem diria, tornou-se um ferrenho opositor à ex-presidente. Com 80 tijolos adquiridos, Luiz Eduardo Baptista, o BAP, é vice de marketing do Flamengo e campeão absoluto do muro da reforma no CT do Ninho do Urubu.
- Comprei 80. Mas por enquanto só tem 40
colocados. Minha mulher nem sabe. Vai me matar! - brincou ele, que
gastou R$ 20 mil somente em tijolinhos.
Presidente da Sky, que tem
a top model Gisele Bundchen como garota-propaganda, o dirigente elogia a
ideia dos tijolinhos até certo ponto.
- A iniciativa era ótima,
mas no marketing, como tudo na vida, é preciso constância. Tem que
trabalhar um dia sim, outro também num projeto para ele dar certo -
disse BAP.
As obras no Ninho estão previstas para retornar em fevereiro. Mas ainda depende de liberação de verbas da penhora. Problema?
-
Nas nossas empresas a gente sempre fez tudo corretamente. Por isso não
nos assustamos. Se você sempre fechou a tampa da pasta de dente, é só
continuar fazendo isso normalmente. O duro é ter que mudar sua rotina -
comparou BAP.
Prioridade: questão tributária
Com
dívidas superiores a R$ 75 milhões com a União, o Flamengo já teve mais
de 10 reuniões com órgão governamentais para começar a resolver as
penhoras do clube. Segundo o vice-presidente jurídico Flávio Willeman,
90% das dívidas serão realongadas e o restante o clube vai pagar o
quanto antes. Até o caso Ronaldinho, que cobra na Justiça mais de R$ 50
milhões, vai ficar em segundo plano neste momento.
- O processo do
Ronaldinho é muito importante, até pelo alto valor. Mas nossa
prioridade agora é a questão tributária. Mas vamos analisar, estudar e
reavaliar com calma todos processos - afirmou Willeman.
Neste
início de ano, o clube já conseguiu regularizar as certidões negativas
junto ao Estado. Para fevereiro, um novo Refis deve favorecer o ajuste
com os clubes. Ainda vai faltar as maiores dívidas, com o governo.
Luiz Eduardo Baptista, o Bap, entre Delair Dumbrosck (esquerda) e Eduardo Bandeira de Mello (direita) Foto: Raphael Zarko
BAP
enxerga nesse processo de reestruturação um princípio fundamental para a
nova gestão caminhar e manter o discurso de credibilidade que pregou na
campanha para chegar à presidência do clube.
- O Flamengo não tem
dificuldade para conseguir receitas. Se pedirmos R$ 100 milhões, a
gente consegue. Mas você empresta R$ 1 para quem você não acredita? -
questionou o BAP, o homem dos tijolinhos.
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