Estava bom demais para ser verdade. Depois de um primeiro tempo
tranquilo, jogado na bola, com lances plásticos e pouquíssimas
reclamações de ambos os lados, o jogo 1.000 do NBB
entre Flamengo e Brasília, protagonistas da maior rivalidade do
basquete brasileiro nos últimos cinco anos, terminou quente, com Alex,
Nezinho e o técnico José Carlos Vidal, todos da equipe do Distrito
Federal, desqualificados, e nada menos do que nove faltas técnicas
aplicadas pela arbitragem, quase todas na segunda etapa.
Apesar do clima de decisão criado pelos 1.654 torcedores do Flamengo
que pagaram ingresso e encheram o ginásio do Tijuca, a cordialidade
entre os jogadores se manteve durante os 40 minutos. Já com o trio de
arbitragem, a coisa ficou feia no finalzinho do terceiro período.
Após reclamar de uma falta marcada por um dos árbitros da partida, Alex
reclamou de forma dura e recebeu um falta técnica. Não satisfeito com a
punição aplicada ao ala do Brasília, o juiz partiu em direção ao camisa
10 e os se encararam e por pouco partiram para o confronto físico. A
partir daí, o trio de arbitragem perdeu o controle do jogo e passou a
distribuir faltas técnicas para todos os lado. Foram sete para Brasília e
duas para o Flamengo.
As infrações foram tantas, que o time visitante terminou a partida com
apenas quatro atletas no banco de reservas, já que Alex e Nezinho foram
para o vestiário mais cedo, e sem o técnico José Carlos Vidal, que fez
companhia a seus atletas.
Assim que a partida acabou, Guilherme Giovannoni, um dos líderes do
time do atual tricampeão do NBB, reuniu parte das duas comissões
técnicas no centro da quadra após o fim do jogo e fez uma espécie de
conferência.
Diante das câmeras e dois microfones, o ala/pivô foi mais econômico que
o companheiro Arthur (no vídeo ao lado) nas reclamações e fez questão
de parabenizar o time do Flamengo.
- Eu não vou falar nada sobre a arbitragem, basta vocês verem as
imagens e tirarem suas próprias conclusões. Mas claro que eu não acho
normal um time tomar sete faltas técnicas em um jogo e ter dois
jogadores e seu técnico desqualificados da partida. Mas o Flamengo não
tem nada com isso, foi muito melhor do que nós e tem mais é que
comemorar uma vitória histórica como essa - disse o jogador.
O árbitro Carlos Renato dos Santos, que comentou a partida para o
SporTV, saiu em defesa de seus colegas de profissão e disse que eles
apenas seguiram as orientações da FIBA.
- O pessoal da FIBA pede que a gente puna com falta técnica jogadores
que fazem gestos desrespeitosos ou de deboche após a marcação dos
árbitros, e eles apenas cumpriram as ordens. É claro que muitas vezes
nós também exageramos, mas os jogadores precisam ter mais a cabeça lugar
- afirmou.
Para completar a noite histórica, que já começou sem a execução do hino
nacional causado por um problema técnico no sistema de som do Tijuca, a
partida terminou com parte dos refletores apagados e os dois times
jogando à luz de vela.
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