O jogador Adriano fez um acordo, na audiência realizada na tarde desta
terça-feira (11), com a jovem Adriene Cyrilo Pinto - que teve a mão
ferida por um tiro disparado dentro do carro do atleta, em dezembro do
ano passado. Pelo acordo, Adriano se comprometeu a pagar R$ 110 mil -
dos quais R$ 50 mil serão destinados a quitar a dívida com o Hospital
Barra D'Or, responsável pelo atendimento médico hospitalar de Adriene.
Os outros R$ 60 mil vão para a vítima como forma de reparação.
A arma pertencia ao outro réu no processo, o PM reformado Júlio Cesar
de Oliveira, segurança de Adriano, que também estava no veículo quando
aconteceu o incidente. Como o acordo abrange o caso todo, Júlio Cesar
também foi beneficiado e o processo criminal foi extinto.
Para viabilizar o acordo, a Rede D'Or aceitou reduzir o valor da dívida
que já estava no total de R$ 110 mil. "Adriano foi orientado pelos
advogados a fazer o acordo, o que seria para ele mais confortável.
Assim, evita o desgaste de um processo", disse o juiz Joaquim Domingos
de Almeida, durante a audiência no IX Juizado Especial Criminal no Fórum
da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, acrescentando que o jogador
manteve sua versão de que não teve culpa no incidente.
"Receber pouco é melhor do que não receber nada. Dentro do que se
apresentou, o hospital se deu por satisfeito", disse o advogado da Rede
D'Or, Fernando Charnaux.
O jogador de futebol Adriano deixa o 9º Juizado Especial Criminal da Barra da Tijuca, na ZonaOeste do Rio, nesta terça (11) (Foto: Ale Silva/FuturaPress)
O jogador de futebol Adriano deixa o 9º Juizado Especial Criminal da Barra da Tijuca, na ZonaOeste do Rio, nesta terça (11) (Foto: Ale Silva/FuturaPress)
O atleta chegou ao Fórum da Barra por volta das 15h, dirigindo sua BMW
branca. Ele estava acompanhado pelos advogados Ari Bergher e Fatima
Cristina Gomes.
Recusa de acordo
Na primeira audiência do caso, o atleta recusou acordo com a jovem. Após a recusa, ele foi denunciado pelo Ministério Público estadual (MP-RJ) por lesão corporal leve. O ex-policial Júlio Cesar de Oliveira, segurança do atleta, que estava no veículo e seria o dono da arma, também foi denunciado. Se condenados, os dois podem pegar de dois meses a um ano de prisão.
Na primeira audiência do caso, o atleta recusou acordo com a jovem. Após a recusa, ele foi denunciado pelo Ministério Público estadual (MP-RJ) por lesão corporal leve. O ex-policial Júlio Cesar de Oliveira, segurança do atleta, que estava no veículo e seria o dono da arma, também foi denunciado. Se condenados, os dois podem pegar de dois meses a um ano de prisão.
De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
(TJ-RJ), a audiência, no dia 6 de novembro, ocorreu sem a presença de
Adriene, que alegou problemas de saúde. Além disso, segundo o TJ-RJ,
"foi oferecida a Júlio Cesar e Adriano a proposta de acordo com a vítima
e a opção de transação penal, que consistia no pagamento de 30 e 150
salários mínimos, respectivamente, porém os dois recusaram".
Mudança no depoimento
Ouvida no dia 19 de setembro, Adriene contou que Adriano estava no banco traseiro e manuseou a arma que era de propriedade do ex-policial.
Ouvida no dia 19 de setembro, Adriene contou que Adriano estava no banco traseiro e manuseou a arma que era de propriedade do ex-policial.
A vítima chegou a afirmar em depoimento à polícia que ela mesma teria feito o disparo dentro do carro do jogador.
Depois, voltou atrás, justificando que, na ocasião, se sentiu
pressionada a assumir a responsabilidade e que o jogador teria prometido
pagar as despesas médico-hospitalares.
Segundo o promotor Márcio Almeida Ribeiro da Silva, o hospital Barra
D'Or, que atendeu Adriene, está cobrando na Justiça as despesas. A
assessoria de imprensa do jogador teria afirmado à direção da unidade
que ele não se responsabilizaria pelo pagamento.
Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa da Rede
D'Or afirmou que não comentaria a ação contra Adriene nem divulgaria o
valor atualizado da dívida.
Entenda o caso
Entenda o caso
O incidente aconteceu, na madrugada de 24 de dezembro de 2011, na
Avenida das Américas, após Adriano e Júlio Cesar deixarem uma boate na
Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, com quatro mulheres convidadas a
irem à casa do jogador.
Um tiro disparado dentro do carro do jogador, uma BMW, feriu um dedo da
mão de Adriene. Ela foi socorrida e teve de passar por cirurgia. De
acordo com a denúncia do MP-RJ, Júlio Cesar carregava a arma registrada
no nome dele, uma pistola Taurus calibre 40, o que seria de conhecimento
de Adriano.
Ainda segundo a denúncia, os acusados deixaram de observar o dever
mínimo de cautela e criaram o risco da ocorrência de lesão corporal no
momento em que Júlio Cesar se omitiu do dever de cuidar da arma. “Inerte
diante das ‘brincadeiras’ feitas pelo denunciado Adriano com a arma de
fogo, o primeiro denunciado Julio permaneceu negligenciando o risco de
lesão que tal comportamento poderia causar”, descreve o texto da
denúncia.
Adriano e Adriene no dia da acareação na delegacia, em 2011 (Foto: G1/TV Globo)
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