As dores de Welinton na coxa esquerda, em setembro, deram a Frauches a
chance de assumir a vaga de titular da zaga rubro-negra. Mas a principal
mudança para a evolução do defensor aconteceu bem antes, quando Dorival
Junior substituiu Joel Santana
à frente da equipe. O jogador elogiou o novo comandante e disse que se
sentia desmotivado com o ex-treinador, que não o dava chances no time e
só o chamava pelo número.
- O Dorival sempre passou que tem que dar a vida no treino. Se ele
puder dar oportunidade, ele vai dar. Com o Joel era diferente, não sabia
nem falar meu nome, chamava pelo número da camisa. Era só 29. Até
desmotivava. Dorival é um cara culto, diferente. Eu esperei. A gente
acha que é o momento, mas o professor acha que não é. A oportunidade
chegou, estou abraçando e mostrando meu futebol. Não me confirmo como
titular, estou trabalhando para ter essa confirmação ainda - declarou,
em entrevista à Rádio Brasil.
Demitido em julho
do Flamengo, Joel Santana alega que não fala mais sobre o período no
clube. Em casa e se recuperando de cirurgia, ele preferiu fugir da
polêmica com o zagueiro.
- Cada um fala o que quer, diz o que pensa. Não estou mais aqui para
isso, minha relação com o Flamengo acabou em julho. Dá um beijo no
garoto e diz que desejo boa sorte a ele.
Frauches subiu para o profissional do Flamengo este ano e recebeu sua
primeira oportunidade com Vanderlei Luxemburgo. Destro, ele conta que
teve de se adaptar a jogar pelo lado esquerdo desde os juniores, afirma
que no time de cima ele não avança tanto ao ataque, mas sonha com o
primeiro gol pela equipe principal.
- Sempre joguei pelo lado direito no juvenil. No Juniores, Marlon já
jogava lá, tive que trocar. Já me acostumei. Eu estou me controlando
porque nos juniores eu pegava a bola e ia embora. Ali é diferente, os
volantes vêm buscar a bola. Aí vou soltando um pouco. Tenho que marcar
também, prestar atenção no contra-ataque. Na cabeça tem problema isso,
mas estou trabalhando para poder melhorar. Estou doidinho para fazer um
gol com a camisa do Flamengo no profissional - deseja o zagueiro, que
marcou um gol na final da Copa São Paulo de Futebol Junior, em 2011.
Com Fábio Luciano como espelho, o zagueiro busca seguir a mesma
trajetória do ídolo no clube e garante não ter preferência pelo
companheiro do setor. No momento, o Flamengo tem como opções para a
defesa, além de Frauches, González, Welinton, Marllon, Arthur Sanches e
Renato Santos, que chegou machucado do Avaí e ainda não estreou.
- A zaga do Flamengo sempre teve grandes craques. Substituir um Fábio
Luciano demora, e a torcida não tem paciência. Tem que trabalhar. Ele é
meu ídolo, dentro e fora de campo, era excepcional. Não tive contato com
ele porque estava no juniores, mas via comentários, histórias, parecia
bastante culto e preparado. O González é mais sereno, mais experiente.
Está me passando muitas coisas boas. Todos já jogaram com todos, estão
acostumados. Não tenho muita complicação nesse lado de companheiro de
zaga.
Fred e Jô, os mais difíceis de parar
Apesar da curta experiência entre os profissionais, Frauches já ficou
incumbido de marcar jogadores consagrados no futebol brasileiro, como
Neymar, por exemplo. Mas ao avaliar os mais difíceis de se parar, ele
vota em Fred, do Fluminense, e Jô, do Atlético-MG.
- O Fred e o Jô foram bastante complicados. Sabem usar o corpo, tive
que apelar para outras qualidades minhas para roubar a bola. Dei
distância. É complicado marcar.
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