O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) anunciou na
última terça-feira a suspensão da torcida organizada Força Jovem, do
vasco, dos estádios pelo período de seis meses, pela morte do torcedor do Flamengo Bruno Saturnino,
em maio, quando vasco e Botafogo se enfrentaram na decisão da Taça Rio
do Campeonato Estadual. Ele passava de ônibus pelos arredores do
Engenhão, quando foi reconhecido e espancado por integrantes da facção
cruz-maltina.
A medida proíbe que os símbolos alusivos à torcida (camisas ou
bandeiras, por exemplo) estejam presentes nos estádios a partir do dia
27 de agosto, segunda-feira, quando a suspensão entra em vigor. De
acordo com o promotor Pedro Rubim, a efetividade da punição ainda não é a
ideal pois o Ministério do Esporte ainda não cumpriu com sua parte,
que, entre outras coisas, prevê o cadastramento de cada torcedor de
organizadas.
- Eu acho que a efetividade da punição é relativa, porque o projeto
original era que, tanto a torcida, quanto os torcedores, ficariam
banidos, mas o Ministério do Esporte não fez ainda o cadastramento
individual das organizadas, nem realizou investimentos em catracas
eletrônicas, que era a contrapartida deles quando assinamos o TAC (Termo
de Ajustamento de Conduta), em 2011. Os símbolos ficam banidos, ainda
não temos como impedir que essas pessoas entrem nos estádios - explicou
Pedro Rubim.
Além das atitudes que ainda precisam ser tomadas pelo Ministério do
Esporte, o promotor pede um trabalho preventivo maior da Polícia Civil,
para evitar que aconteçam novos casos de violência entre as torcidas
organizadas.
- Seria importante que a Polícia Civil começasse a fazer um trabalho de
investigação e de monitoramento prévio para prevenir esse tipo de
episódio. Isso é importante. Eles têm trabalhado bem, mas depois que os
episódios acontecem. Têm feito investigações muito bem feitas dos
crimes, mas têm faltado um trabalho de inteligência preventivo, de
monitoramento dos torcedores envolvidos em brigas, e um acompanhamento
preventivo deles. Além disso, precisa ser feita a conscientização de que
essas brigas e mortes de torcedores estão acarretando suspensões nas
torcidas, então os próprios torcedores vão acabar prejudicando toda a
agremiação se continuarem insistindo nessas brigas - afirmou.
Organizada do Flamengo também pode ser suspensa
Além da Força Jovem, outra torcida organizada do Rio de Janeiro pode
ser suspensa dos estádios em breve. A Torcida Jovem do Flamengo está
sendo investigada pela morte do vascaíno Diego Martins Leal, ocorrida no
último domingo, quando cruz-maltinos e rubro-negros se enfrentaram pelo
Campeonato Brasileiro. A punição pode variar de três meses a um ano.
- Já instauramos o procedimento para fazer a apuração. É prematuro
dizer o que vai acontecer, mas o episódio envolvendo morte de torcedor é
de alta gravidade e pode ter uma suspensão de três meses até três anos.
Temos que avaliar o caso, vamos dar oportunidade para que a Torcida
Jovem do Flamengo se manifeste, e vamos, ao final, analisar quais
providências serão tomadas. Em tese, se tiver havido uma transgressão
coletiva que acarretou na morte do torcedor, a suspensão deve ocorrer -
finalizou Pedro Rubim.
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