Entre as estratégias do Flamengo que compõem o processo
bombástico elaborado pela defesa rubro-negra está a cassação da liminar
concedida a Ronaldinho na quinta-feira e que o deixa sem qualquer
vínculo com o clube.
A intenção dos advogados da causa é
simples. Caso o mandado de segurança seja impetrado no Tribunal Regional
do Trabalho (TRT) do Rio de Janeiro nos próximos dias e seja deferido,
Ronaldinho voltaria a ter os direitos federativos presos ao Rubro-Negro.
Dessa
maneira, qualquer clube que acerte a contratação do atacante assumiria o
risco de pagar a indenização referente à quebra de contrato com o
Flamengo. O valor é superior a R$ 400 milhões.
A defesa
do Fla tem evitado falar publicamente sobre o processo de confecção de
sua defesa e não confirma se logo nesta segunda-feira poderá cassar a
liminar no TRT.
Essa articulação foi debatida nos últimos dois
dias pelos advogados do clube e está inserida no contexto do interesse
do fundo árabe Eleven Fund Investiment em colocar Ronaldinho no
Palmeiras.
Os investidores já tinham conversas com Assis, irmão e empresário do jogador, conforme revelou o LNET! na última quarta-feira.
O objetivo era ter R10 como chamariz do grupo que pretende ter uma base
no país.
Curiosamente, os mesmos proprietários do fundo são sócios de
um investidor árabe responsável pela compra do Málaga, em 2010. E,
segundo publicações espanholas, o clube tem interesse em contratar
Ronaldinho.
Fla diz ter provas sobre negociação
O
Flamengo se assegura de ter algumas provas da negociação entre o
Palmeiras e o fundo árabe para justificar a notificação enviada ao clube
paulista no sábado.
Registro de onde aconteceu o encontro,
como foi paga a conta, trechos da conversa entre as partes e mensagens
trocadas são algumas das evidências que o Rubro-Negro alega ter, segundo
o L! apurou.
O documento judicial, na verdade, funcionará, a título de resultado imediato, como um aviso ao Palmeiras e a Ronaldinho.
A
intenção é mostrar ao jogador e ao irmão dele que o Rubro-Negro não
deixará de causar empecilhos em caso de uma eventual assinatura do
atacante com outro clube.
As conversas entre o fundo e o clube
paulista aconteceram na semana que antecedeu à partida entre Fla e
Inter, no último dia 26. Coincidentemente ou não, foi a última semana
que Ronaldinho treinou no clube e jogou pelo Fla.
Depois do confronto, no sábado retrasado, ele e o restante do grupo foram liberados.
Na
reapresentação na segunda-feira, porém, Ronaldinho não apareceu para
treinar. A diretoria informou que ele havia sido liberado para ir até
Porto Alegre visitar a mãe, que tinha sido operada.
COM A PALAVRA
Carlos Eduardo Ambiel
Especialista em direito desportivo
O ponto central é ligado à imagem
A
alternativa mais imediata para o Flamengo seria cassar a liminar para
que Ronaldinho volte a ter vínculo com o clube. O Flamengo então teria
de pagar salários e ele teria de treinar. Agora, quem contratar o
jogador, caso a liminar não seja negada, precisa ser solidário ao
jogador no pagamento da multa. Isso está previsto na nova Lei Pelé.
Mas
o ponto central dessa discussão é saber se o jogador tem o valor do
direito de imagem que é efetivamente imagem ou faz parte do contrato de
trabalho.
A defesa do jogador reclama que sobre o valor pago
de imagem não há recolhimento de FGTS e INSS. Pelo o que sei do caso e
das alterações da Lei Pelé, ela não está mais vinculada ao salário pago
em carteira.
Precisa-se saber, então, se os R$ 750 mil são
parte do salário ou se isso se paga pela licença da imagem. E você pode
perguntar se a imagem de Ronaldinho pode valer tudo isso. É sustentável
afirmar se considerar toda a História do jogador no futebol e a
visibilidade que ele teve na carreira. Não seria absurdo dizer que o
valor pago pela imagem deste jogador é muito alto.
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