O São Paulo devolveu a Taça das Bolinhas à Caixa Econômica Federal
antes mesmo de receber a notificação oficial de que teria que entregar o
troféu. Kalil Rocha Abdalla, diretor jurídico do São Paulo, determinou a
devolução na manhã desta sexta-feira para não criar mal-estar com a
busca e apreensão na sede do clube.
– Já devolvemos, conforme o juiz do Rio mandou. Que fique claro que não
estamos entregando ao Flamengo, mas à Caixa. O processo continua –
explica Kalil.
Segundo o dirigente, o São Paulo ainda não recebeu a notificação de que
teria de devolver o objeto. De acordo com o advogado, os trâmites
demoram, já que o despacho tem de ser encaminhado até a capital paulista
e um juiz local precisa autorizar a busca e apreensão.
Agora, o Tricolor espera a decisão da Justiça sobre quem deve ser o
dono definitivo da Taça das Bolinhas. Enquanto isso, ela segue, até
segunda ordem, na sede da Caixa Econômica Federal, na Avenida Paulista,
em São Paulo.
Entenda o caso
A Taça das Bolinhas foi criada para premiar o campeão brasileiro. Ficou
determinado pela CBF que o primeiro clube que vencesse a competição
três vezes seguidas ou cinco vezes intercaladas teria a posse definitiva
do troféu. O Flamengo alega que conquistou seu quinto título em 1992
(há, até hoje, uma disputa sobre quem foi o campeão de 1987, Flamengo ou
Sport - a CBF chegou a reconhecer o Flamengo como campeão, mas teve de
voltar atrás por decisão da Justiça. Nesse ano, houve um rompimento
entre alguns dos maiores clubes brasileiros e o órgão, que organizou o
Brasileirão, enquanto os dissidentes disputaram a Copa União, vencida
pelo Fla). O São Paulo só conquistou seu quinto título em 2007.
O Flamengo resolveu procurar a Justiça para que a Taça das Bolinhas
volte a ficar em poder da Caixa Econômica Federal até que o clube
termine seus processos legais pelo reconhecimento do título de 1987. O
pedido foi acatado pela 18ª Câmara Cível do Rio de Janeiro, que emitiu
medida cautelar ordenando o São Paulo a devolver o troféu. Em fevereiro,
um oficial de Justiça foi ao clube paulistano, mas não conseguiu fazer a
retirada porque, segundo o clube, o presidente Juvenal Juvêncio não
estava presente e somente ele poderia tratar do assunto.
O Despacho da 50ª Vara Cível do Rio de Janeiro determinou que o troféu
fosse retirado da sede do São Paulo e levado à Caixa a qualquer custo. A
intenção é fazer valer uma medida cautelar que determinava a devolução
da Taça das Bolinhas, que não foi cumprida pelo São Paulo no mês de
fevereiro.
- Defiro o pedido formulado para que se proceda a busca e apreensão em
qualquer das dependências do clube, incluído (sic) qualquer sala ocupado
(sic) por diretor ou até mesmo da (sic) presidente da agremiação,
podendo utilizar de força policial, se necessário - diz um trecho do
despacho.
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