Em negociação há vários meses, a proposta de Eike Batista, através do Grupo EBX, para arrendamento da sede do Flamengo
do Morro da Viúva, será apreciada pelo Conselho Deliberativo do clube
no dia 9 de janeiro, segundo a pauta de convocação dos conselheiros.
Consultado pelo iG, o presidente do Conselho Fiscal, Leonardo Ribeiro,
que emitiu parecer contrário à primeira proposta do empresário em
setembro, já se mostra inclinado a indicar a aprovação da nova oferta,
considerando que o órgão foi atendido em diversos pontos, sendo o
principal deles a estipulação de um valor fixo de renda para o clube.
Além de arcar com a dívida ativa de cerca de R$ 18 milhões (IPTU e
outros impostos, que geram juros mensais de cerca de R$ 380 mil), o
Grupo EBX arrendaria o local por 25 anos, com contrato podendo ser
renovado automaticamente por outro quarto de século. A empresa pagaria
R$ 270 mil mensais ao clube ou 2,63% do faturamento bruto do hotel de
luxo que será feito no local caso o negócio seja sacramentado. O Flamengo
tem, no acordo, as duas possibilidades de pagamento, ficando com o
rendimento mais alto. Se os 2,63% ultrapassarem os R$ 270 mil fixos
estabelecidos, o clube receberá o valor do percentual. Do contrário,
vale o montante fixo.
A sede do Morro da Viúva tem hoje 148 apartamentos, com
aproximadamente 140 metros quadrados cada. Parte dos imóveis estão
alugados. A solução junto aos moradores atuais ficaria por conta da EBX.
O hotel a ser construído pelo grupo de Eike Batista deverá ter 454
quartos (extra-oficialmente, comenta-se na Gávea que seria da bandeira
Marriot).
O acordo representa, além do fim da dívida de R$ 18 milhões, outra
economia. Muito provavelmente o clube terá direito a um andar do
estabelecimento para usar como concentração para seus jogos, hoje feita
em hotel na praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Estima-se
que o clube gasta, por jogo, algo entre R$ 100 mil e R$ 150 mil com
concentração.
“Estou bastante satisfeito pois diversos pontos contestados pelo
Conselho Fiscal foram atendidos. O Flamengo deixará de ter prejuízo com a
dívida e concentrações, passando a arrecadar dinheiro com o Morro da
Viúva. A princípio, acho que é um bom acordo, mas tenho de consultar o
colegiado do conselho para saber se todos partilham a minha opinião”,
disse Leonardo Ribeiro.
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