Em 2002, no Japão, Kleberson atingia o topo do mundo ao conquistar a
Copa. Com a camisa da Seleção Brasileira, ele começava a escrever uma
história vitoriosa, que seria marcada ainda pelos títulos da Copa
América (2004) e da Copa das Confederações (2009). Ao chegar ao
Flamengo, em 2007, o jogador já atendia pelo apelido de “Penta”. Mas os
anos passaram, e no início da atual temporada o técnico Vanderlei
Luxemburgo abriu mão do volante, que foi parar no Atlético-PR. Na linha
do tempo, agora, ele parece perdido. E prefere se calar. É o voto de
silêncio do jogador que um dia já gritou “é penta!”.
Procurado pelo GLOBOESPORTE.COM, Kleberson preferiu não conceder
entrevista. Exemplo de bom profissional, com títulos e sem indisciplinas
no currículo, o jogador alega que “não quer falar até definir o seu
futuro”. Até agora, ninguém da diretoria do Flamengo o procurou. Caso
nada aconteça, ele cumprirá seu compromisso de se reapresentar junto com
o elenco no dia 3 de janeiro. Com altas cifras no salário, ele tem
contrato com o Rubro-Negro até dezembro de 2012.
Kleberson começou a carreira no PSTC, clube de Londrina (PR), e logo
foi para as categorias de base do Atlético-PR, onde conquistou títulos
estaduais em 2000, 2001 e 2002, além do Campeonato Brasileiro de 2001.
Versátil, atuava em diversas posições.
O técnico Luiz Felipe Scolari escreveu o nome de Kleberson na lista
para a Copa do Mundo de 2002. O jogador começou na reserva, ganhou
espaço, virou titular, fez a jogada do segundo gol brasileiro nas
oitavas de final diante da Bélgica e teve boa atuação na grande decisão
diante da Alemanha, na vitória brasileira por 2 a 0. Em 2010, mesmo
longe da sua melhor fase, voltou a disputar o Mundial da África do Sul
ao ser convocado por Dunga.
Depois das boas atuações em 2002, Kleberson defendeu o poderoso
Manchester United, da Inglaterra, de 2003 a 2005, quando se transferiu
para o Besiktas, da Turquia. Teve passagem discreta pelo time turco até
2007, ano em que acertou com o Flamengo. Por conta de uma quebra
unilateral de contrato por parte do jogador, a Fifa só o liberou para
atuar pelo Rubro-Negro a partir de 2008.
Pelo clube da Gávea, Kleberson conquistou a Taça Guanabara e Campeonato
Carioca, em 2008, Taça Rio e novamente o Carioca em 2009, além do
hexacampeonato no mesmo ano. Disputou um total de 125 jogos, entre a
condição de titular e reserva, e marcou 18 gols, com apenas um cartão
vermelho.
Jogador agora sofre com o ombro esquerdo
No início de 2011, Vanderlei Luxemburgo abriu mão do jogador, que
passou a treinar em separado, na Gávea. Com a transferência de Kleberson
para o Atlético-PR, o Flamengo pagou apenas parte de seus salários
durante a atual temporada. No Furacão, o jogador não conseguiu uma
sequência de partidas, teve problemas de lesão e não conseguiu impedir o
rebaixamento do time para a Série B do Campeonato Brasileiro.
No fim de outubro, Kleberson sofreu luxação no ombro esquerdo (em 2009,
ainda pelo Flamengo, havia operado o direito). Hoje, ele segue em
recuperação, e deve estar apto para voltar a jogar no fim de janeiro.
Propostas concretas ainda não apareceram na mesa de negociações do
Flamengo. Com isso, o clube teria de arcar com um salário que ultrapassa
a barreira dos R$ 200 mil.
Avesso à polêmica e sempre sereno, Kleberson aguarda uma definição para
se pronunciar. Chateado está, é claro, mas espera ao menos uma
consideração. Ele se cala. E não chia em busca de reconhecimento. O
apelido de Kleberson é “penta”. O nome verdadeiro é José Kleberson. E
fica a pergunta: “ E agora, José?”
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