Eles chegaram sob as bênçãos de Zico, o maior ídolo rubro-negro. Na pomposa apresentação no salão nobre da Gávea, receberam o “passe” do Galinho, então diretor-executivo de futebol do clube. “A bola está com eles”, disse o então dirigente. Antes mesmo da estreia, viraram salvadores da pátria. O Rubro-Negro contratava, enfim, substitutos bem conceituados, capazes de substituir Adriano e Vagner Love. Estava formado o ataque D2, que ganhou letra e música.
Há pouco mais de dois meses no clube, Diogo e Deivid não vingaram. Motivos para o baixo rendimento são apontados pelos próprios. Fator 1: ambos passaram muito tempo no futebol europeu (Diogo, dois anos; Deivid, cinco). Fator 2: chegaram ao clube longe da forma física ideal e sentiram o ritmo intenso do futebol brasileiro. Fator 3: a readaptação ao estilo de jogo é lenta. Fator 4: de cara, viram a Gávea ferver numa crise política e o time passar por mudanças no comando técnico.
Fato é que os números são marcadores implacáveis. Diogo, 23 anos, disputou 14 partidas com a camisa rubro-negra até então. Fez apenas um gol. Foram 12 jogos de um longo e incômodo jejum.
- O maior da minha carreira - frisou, em recente entrevista.
Deivid, 31 anos, atacante de currículo abarrotado de títulos, avisou que só poderá render aquilo que se espera em 2011. Enquanto isso, ajuda como pode. Em 15 jogos, fez quatro gols. É o vice-artilheiro da equipe na competição. Esta atrás do meia Petkovic, que tem cinco, e ao lado de Vagner Love, que antes de voltar ao CSKA, da Rússia, disputou cinco partidas do Nacional.
O custo-benefício do ataque D2 decepciona. O rendimento é bem diferente dos 38 gols que os integrantes do Império do Amor marcaram no primeiro semestre. Claro que cabe a ressalva de que muitos tentos foram em equipes pequenas do Campeonato Carioca. Mas é como se Adriano e Vagner Love ainda rondassem a Gávea.
A linha de frente atual é mais cara do que a anterior. Em 2009, o Flamengo desembolsava R$ 165 mil mensais para pagar o Imperador. Ele ainda recebia R$ 250 mil da Olympikus, fornecedora de material esportivo - o atacante comandou o time na conquista do Brasileirão. Antes de voltar ao Roma, da Itália, Adriano disputou o Estadual e a Libertadores da América. Na virada do ano, ganhou um aumento de R$ 100 mil em luvas, totalizando R$ 265 mil da parte do clube. Com a contratação de Vagner Love, o Fla passou a desembolsar mais R$ 360 mil. Desta forma, saíam dos cofres R$ 625 mil mensais para custear o Império do Amor.
Deivid e Diogo, juntos, custam ao Rubro-Negro quase R$ 710 mil por mês em salários. Adiciona-se a essa conta as 11 parcelas de R$ 218 mil do empréstimo do camisa 43 pagas ao Olympiacos e surgirá a conta total: R$ 928 mil por mês.
A diferença de R$ 300 mil aos cofres não compensou em campo. O Flamengo vai mal na tabela, está na 13ª posição no Brasileiro e ainda luta para evitar o rebaixamento. Mas, pelo menos, o preço alto tem algum benefício. A diretoria não pode se queixar de ausências e farras noturnas (públicas) dos novos atacantes.
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