As eleições para a presidência do Flamengo começaram em clima de absoluta tranquilidade na sede da Gávea, no Rio de Janeiro. As três urnas de votação, que estão localizadas dentro do ginásio do clube, foram abertas às 8h (de Brasília) desta segunda-feira e fecham às 21h. Todos os seis candidatos ao próximo triênio (Delair Dumbrosk, Clovis Sahione, Lysias Itapicurú, Patrícia Amorim, Pedro Ferrer e Plínio Serpa Pinto) já votaram e estão no clube recebendo os eleitores. São 5.314 sócios em condições de votar. Mas os presidenciáveis estão esperando cerca de 2 mil votos nesta segunda. Nas últimas eleições, votaram quase 1.700 eleitores.
O único incidente aconteceu nas primeiras horas, quando um sócio foi impedido de votar por estar inadimplente. Irritado, ele começou a insultar o presidente Marcio Braga, que estava votando no momento. Os seguranças tiveram que retirar o sócio do local.
Para o atual presidente, que defende a candidatura do seu vice, Delair Dumbrosk, o hexacampeonato conquistado neste domingo mostra que a atual administração vai bem.
- É como no futebol. Em time que está ganhando não se mexe. O clube está vitorioso, com conquistas no campo, o trabalho vem sendo bem feito. Por isso, apoio a continuação do trabalho com o Delair – disse Braga
Delair acha que a grande quantidade de candidatos é uma prova de que as coisas melhoraram no Fla.
- Foram feitas muitas modificações aqui dentro do Flamengo. Acho que isso será muito bem avaliado pelos sócios. Para mim, é uma alegria termos muitas chapas. É sinal de que o clube está bem. Quando estávamos com três meses de salários atrasados e problemas bancários, pintavam um ou dois candidatos – disse Delair.
Os demais candidatos acham que o hexa não pode encobrir os problemas que o clube ainda tem que enfrentar. Para Plínio, a decisão dos eleitores não pode passar só pelos resultados dentro de campo.
- Acho que essa vitória é uma alegria para a nação rubro-negra. Mas a decisão dos sócios não passa só pelo futebol. É importante a gente ter um time campeão, sim, mas com jogadores nossos. Pra que a gente não fique sem saber para onde o Adriano vai, quem fica, e quem não fica – disse Plínio.
A candidata Patrícia Amorim defende que é preciso aditar um modelo de transparência na administração do clube.
- Temos que dar condições para o Flamengo continuar com essa grandeza, tanto nos resultados, como na administração. O desafio é manter a qualidade do elenco. É preciso melhorar na gestão, na transparência, e na forma de pensar e planejar o Flamengo – disse a candidata.
Pedro Ferrer faz discurso semelhante e acusa a atual administração de estar queimando verbas das próximas temporadas.
- O futebol vai muito bem dentro de campo, mas fora de campo os salários estão sendo pagos com dificuldade. A gestão do Flamengo tem que ser mudada. Essa administração, que tanto falam que está em dia, já sacrificando verba de 2013 e 2014. Nós nos preparamos para administrar o clube, estamos estudando o redimensionamento das despesas, até pelo fato de que as receitas tendem a crescer em função do hexa – diz Ferrer.
Os presidenciáveis Clovis Sahione e Lysias Itapicurú lembraram que o principal patrimônio do clube, a sede da Gávea, está em condições precárias. Sahione diz que não há nem lugar para se comemorar o hexa.
- Como rubro-negro, estou muito feliz pelo hexa. Mas nós não podemos nem comemorar, pois não não temos sede. Temos ruínas - disse Sahione.
Lysias Itapicurú acha que é preciso recuperar a credibilidade da administração do clube rubro-negro.
- O clube está imundo, com lixo e sujeira no chão. Temos que recuperar a credibilidade. Temos um indice de incredibilidade que é um dos mais altos do Fla. A instituição do Fla é grande e viável. A prova disso é o hexa, que veio mesmo com caos admnistrativo. Agora, imagina o Fla sem o caos administrativo, financeiro, patrominial e jurídico? Seríamos hexa, sim, mas o clube estaria rico.
Até o meio-dia desta segunda, cerca de 600 sócios já haviam votado. Entre eles, os irmãos ginastas Diego e Daniele Hypolito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário