A demorada renovação de Andrade foi, efetivamente, boa para todos. O Flamengo livrou-se de pagar os R$ 250 mil de salários e a multa rescisória de R$ 800 mil, inicialmente pedidos pelo treinador, que, diferentemente da maioria de seus pares, garantiu direitos pouco conquistados no mundo da bola.Andrade, segundo o vice de futebol Marcos Braz, firmou um contrato nos moldes da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), compromisso popularmente chamado de carteira assinada. Sendo o vínculo regido pela CLT, o Flamengo, além dos salários, terá de recolher8%dos vencimentos do treinador para o FGTS (R$ 12,8 mil) e 20% para o INSS (R$ 32 mil).
Além disso, Andrade tem direito a férias remuneradas, acrescida de 33% (R$ 52,8 mil), e décimo terceiro salário (R$ 160 mil). Somadas todas as verbas trabalhistas a serem recolhidas, além dos vencimentos, Andrade custará mais de R$ 222 mil ao clube mensalmente (ver tabela ao alto, à direita).
São dois os modelos de acordos trabalhistas regidos pela CLT. Ele pode ser por tempo determinado, quando tem data fixa para vencer, ou indeterminado, sem um dia predeterminado para terminar. Em entrevista, na quarta-feira à noite, horas após acertar a sua renovação com o Flamengo, Andrade contou que o contrato firmado por ele terminará em 31 de dezembro do ano que vem, o que caracteriza o vínculo como sendo por tempo determinado.
Sendo assim, caso seja demitido antes da data do fim do acordo, o Flamengo terá de pagar 50% de todos os salários que Andrade teria a receber até o término do contrato. No modelo indeterminado, em caso de demissão, Andrade teria direito a receber 40% de tudo que fora depositado em seu fundo de garantia (FGTS). Em ambos os casos, o custo do treinador para o clube seria maior do que os salários e a multa.
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