quarta-feira, 29 de junho de 2016

De esperança à incógnita, Mugni volta ao Flamengo, mas clube descarta meia


"Em princípio, tenho contrato com o Flamengo e vou respeitar este contrato".  

As palavras acima são de Lucas Mugni nesta terça-feira. O jogador argentino, hoje com 24 anos, desembarca no Rio na noite desta quarta com o pensamento de voltar a treinar no plantel principal do Flamengo. Há algum tempo, ele poderia ser considerado reforço para o setor de criação do time, que tem Alan Patrick e Mancuello e alguns outros de característica de arrancada e de condução de bola. Mas está longe disso. 

"O jogador está fora dos planos do Rubro-Negro neste momento". É o que diz a direção do Flamengo. Não é à toa. Mugni que se reapresenta nesta sexta-feira no Ninho do Urubu, depois de empréstimo sem destaque ao Newell´s Old Boys, passou de esperança à incógnita e pode virar problema no Flamengo. Desde que chegou na Gávea - onde fez 51 jogos e cinco gols com muito mais baixos do que altos -, recebeu ofertas milionárias que pagariam o investimento do Flamengo, mas sempre recusou ofertas. 

Mugni assina com o Fla: jogador chegou como revelação do futebol argentino (Foto: Divulgação ) 
Lucas Mugni assina com o Fla em janeiro de 2014: meia chegou como revelação do futebol argentino (Foto: Divulgação )
 
Meia em ascensão no futebol argentino em 2014, ele foi contratado por US$ 1,5 milhão, com salário de R$ 150 mil. Valores que faziam jus ao status de canhoto revelação do futebol portenho, com passagens pela seleção sub-17, sub-20 e convocação para a principal por Alejandro Sabella. Mas ele pouco jogou e virou incógnita até em aceitar ofertas. Nas últimas semanas, intermediários levaram o nome à diretoria do Vitória, que pagaria o salário do jogador. Consultado, Mugni ainda não respondeu e a embrionária negociação ficou travada. 

- Amanhã (quarta) chego ao Rio e me apresento de novo na sexta-feira. Em princípio, volto a treinar com o grupo. Sei da possibilidade do Vitória, mas vou falar com a diretoria. Há alguns assuntos pendentes. A partir de sexta vamos resolver se posso sair, se posso ficar. Tenho que falar com o Flamengo - disse o jogador, que passa fim de férias em Santa Fé, cidade onde nasceu e despontou como revelação do pequeno Colón, da Argentina.

Não é a primeira vez que Mugni mostra indefinição em deixar o clube. O jogador deu para trás, depois de tudo acertado, em outras oportunidades. Numa delas, irritou a diretoria do Flamengo. O jogador teria contrato longo - de cinco anos - com o Al Rayyan, do Catar. A transação valeria quase 6 milhões de euros ao Flamengo - dono de 90% dos direitos econômicos - e Mugni receberia o equivalente a R$ 600 mil por mês, sem contar altas luvas de assinatura de contrato. Propostas, do mesmo clube, ainda pintaram em outras janelas, mas o jogador não quis sair. 

Proposta milionária do Catar recusada
No ano passado, antes de aceitar proposta do Newells, que arcou com seus salários, mas ainda deve cerca de US$ 300 mil do empréstimo ao Flamengo, Mugni foi até Curitiba e sentou-se na mesa de negociação com a diretoria do Atlético-PR. Assistiu ao jogo do Furacão ao lado de o presidente do clube Mario Celso Petraglia, que já o queria para a disputa da Libertadores em 2014, mas preferiu mudar de planos e foi para o Newell´s, atraído pela chance de trabalhar novamente com Roberto Sensini, seu ex-treinador e ex-jogador da seleção argentina, atualmente diretor executivo de futebol.

Representante do jogador na chegada ao Flamengo, Rafael Beys aguarda definição de Mugni sobre o futuro. Ele não confirma o interesse do Vitória no argentino. 

- Tem um clube da Série A que fez consulta. Mas o jogador ainda não deu responda. Vamos aguardar a chegada dele para conversar com o atleta - disse Beys. 

Afastado no Newell´s e cobrança no Fla
O jogador cobra do clube argentino salários atrasados e entrou na Justiça contra o Newell's, que terminou encostando Mugni. Há também um débito com o Flamengo. O clube carioca tem dívida de 10 meses de atraso de direitos de imagem - quantia que chega a US$ 200 mil dólares, cerca de R$ 700 mil.

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