Em
tempos de crise econômica, nada melhor do que recorrer à base para
superar a falta de opções viáveis financeiramente no mercado. E para o
time que tem como lema "craque o Flamengo faz em casa", essa alternativa
deve ser sempre uma busca constante. No entanto, no time titular
rubro-negro atual, apenas o goleiro Paulo Victor, o zagueiro Samir e o
lateral-esquerdo Jorge são absolutos em suas posições e oriundos das
categorias de base do clube.
De acordo com o comentarista
Júnior, a maturidade que o jovem lateral de apenas 19 anos apresenta
durante as partidas no Campeonato Brasileiro é impressionante. Para o
ex-jogador, profundo conhecedor da posição, a entrada de Jorge no time
do Flamengo encerrou uma busca de longo tempo.
- O
que mais me impressiona no Jorge é a personalidade que demonstra. Para
ele, está jogando nos profissionais como jogava nos juniores, como na
seleção sub-20, a mesma coisa. Ele faz as mesmas jogadas, é um cara que
conhece a posição. Falo sempre que o jogador quando faz a cobertura em
diagonal, nas costas, no quarto zagueiro, é porque o cara conhece a
posição. Quem está improvisado, nunca jogou ali, fica esperando para ver
o que vai acontecer. O Jorge faz essa cobertura com precisão - comentou
o Maestro, no Seleção SporTV.
Também presente no programa, Milton Leite
questionou a demora da comissão técnica do Flamengo em fazer a
transição de Jorge da equipe sub-20 para o time profissional. Para o
narrador, é difícil entender como o Flamengo perdeu tempo em
experiências de risco na posição com Anderson Pico, Thallysson e até o
colombiano Pablo Armero, quando havia a solução ideal na categoria de
base.
- O Flamengo trouxe o Armero porque acreditava que
precisava de um lateral-esquerdo. Ninguém conhecia o Jorge? A minha
questão é que o Jorge entrou, é titular absoluto e ninguém sabia do
histórico dele na categoria de base? Não tem uma estrutura, um
organograma, uma pessoa que passe a informação da base para o técnico
dos profissionais? - questionou.
Formado nas categorias de
base do Flamengo, Júnior concorda que parece não haver uma integração
entre as comissões técnicas do profissional e time sub-20. Para o
ex-jogador, a alegação de que há um "risco" em colocar um atleta tão
novo não se sustenta, ainda mais levando-se em conta as contratações de
qualidade duvidosa para a equipe.
- Pelo menos no caso do
Jorge, não existe uma ligação muito forte entre a categoria de base e o
futebol dos profissionais. A estreia do Jorge foi na despedida do
Leonardo Moura, jogando 15, 20 minutos, e dava para ver no comportamento
dele que tinha personalidade. E você não pode pegar um garoto e colocar
nos profissionais para ser a solução. Tem que ser uma alternativa.
Agora, se já testou tantos outros que não deram certo, por que não
testar o garoto da base? Porque, nessa situação, você não está jogando o
garoto na fogueira, mas sim, dando uma oportunidade a alguém que já fez
alguma coisa nos juniores - concluiu.
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