quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Três patrocinadores não garantem renovação, e Flamengo prevê ano desafiador

INFO Valor dos patrocinios do FLAMENGO 2 (Foto: infoesporte)O destino de receitas que geram atualmente R$ 27 milhões ao Flamengo é incerto para 2016. Três dos quatro patrocinadores que possuem contrato perto do fim não garantiram extensão do vínculo com o Rubro-Negro. Procurados pelo GloboEsporte.com, Vitton 44, Jeep e Tim, embora elogiem a parceria, admitiram que ainda não definiram a estratégia para o próximo ano.

Dentre os investidores que ainda não definiram a renovação, o caso mais delicado é o da Vitton 44. A empresa tem contrato com o Flamengo até o fim do ano que soma R$ 20 milhões, terceira maior verba de patrocínio do clube. O presidente do grupo, Neville Proa, classificou a chance de extensão do vínculo como sendo "muito difícil". O empresário inclusive admite dificuldades na realização dos pagamentos das cotas mensais do compromisso em vigor.

- Muito difícil (renovar). Infelizmente, é uma realidade. Eu coloco uma parte muito grande do nosso recebimento (em patrocínios), mas não tenho em troca. Estou com muitas dificuldades. Parcelando tudo. Formalizei minha imagem como bom pagador. Preferi pagar parcelado, ao invés de ficar pagando mês a mês. Estou reavaliando tudo. A situação do país está caótica - disse o presidente da Vitton 44, que também tem parcerias com o Fluminense e com o Maracanã.

Com um contrato de R$ 2,5 milhões, a Tim informou que a estratégia para o próximo ano ainda está sob avaliação. Investidor do Flamengo desde 2011, a empresa de telefonia tem compromisso até março do próximo ano. O vínculo é atualmente o segundo mais longo do clube - a Adidas tem contrato até 2023. Fernanda Cozac, gerente de comunicação institucional da Tim, elogiou a parceria, mas preferiu não fazer nenhum prognóstico.

- O resultado tem sido excelente, com títulos para o clube e muito engajamento dos torcedores com os produtos e serviços que lançamos ao longo desses anos. A estratégia de patrocínio para 2016 está em definição - disse Fernanda Cozac.

A parceria mais recente do Flamengo é com a Jeep. Costurado em abril deste ano, o contrato tem duração de oito meses e valor de R$ 4,5 milhões, o segundo menor entre os patrocinadores que estampam marca na camisa do Flamengo. O vínculo termina em dezembro. Por e-mail, a assessoria de imprensa da empresa informou que a definição sobre uma possível renovação será feita em momento oportuno.

- Ainda não há uma definição sobre a continuidade da parceria atual, que vai até o final deste ano. Analisaremos isso no momento mais adequado - diz um trecho da nota.

Patrocinadora master do Flamengo, a Caixa Econômica Federal foi a única empresa que não respondeu aos questionamentos. A empresa tem contrato com o Rubro-Negro até o fim do ano - houve uma renovação feita em maio. Em valores anuais, a parceria com o banco estatal rende aos cofres do clube R$ 28 milhões.

O período eleitoral do Flamengo é mais um ingrediente no cenário já desenhado como instável. Na primeira quinzena de dezembro, o clube decide quem será o presidente pelos próximos três anos. Porém, dois investidores tem contrato com prazo de validade justamente para o mês do pleito - casos de Jeep e Caixa Econômica Fedral. Nenhum patrocinador quis comentar sobre uma hipotética interferência do período eleitoral na demora da definição de extensão de vínculo.

Fla mantém otimismo para ano considerado "desafiador"

Claudio Pracownik, vice do Flamengo (Foto: Divulgação)Vice-presidente de finanças do Flamengo, Cláudio Pracownik preferiu adotar um tom otimista ao avaliar a situação dos investidores do clube para o próximo ano. O dirigente lembra que nenhum patrocinador jogou a toalha até o momento e que existem outras empresas interessadas em negócios futuros.

- Estamos conversando com todos eles. Não tivemos ainda nenhuma comunicação de desistência. Todos estão satisfeitos e reconhecem a importância da parceria com o clube. Também há, por parte do Flamengo, o reconhecimento destes parceiros. Não há pessimismo. Estamos negociando. Inclusive, tivemos outras sondagens. Mas é claro que daremos absoluta prioridade para os parceiros atuais do Flamengo - afirmou.

O caso da Caixa Econômica Federal é tratado com cautela pela diretoria do Flamengo. O governo federal tem promovido corte de gastos e também não há uma definição de extensão.

- A Caixa (Econômica Federal) encontra-se na mesma situação. Por ser um valor maior, estamos tratando com o maior cuidado neste momento. O cenário para o próximo ano é desafiador. Nenhum deles vão abrir mão de mídia ou publicidade. Temos desafios, mas estamos otimistas - finalizou Pracownik.



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