O
destino de receitas que geram atualmente R$ 27 milhões ao Flamengo é
incerto para 2016. Três dos quatro patrocinadores que possuem contrato
perto do fim não garantiram extensão do vínculo com o Rubro-Negro.
Procurados pelo GloboEsporte.com, Vitton 44, Jeep e Tim, embora elogiem a
parceria, admitiram que ainda não definiram a estratégia para o próximo
ano.
Dentre
os investidores que ainda não definiram a renovação, o caso mais
delicado é o da Vitton 44. A empresa tem contrato com o Flamengo até o
fim do ano que soma R$ 20 milhões, terceira maior verba de patrocínio do
clube. O presidente do grupo, Neville Proa, classificou a chance de
extensão do vínculo como sendo "muito difícil". O empresário inclusive
admite dificuldades na realização dos pagamentos das cotas mensais do
compromisso em vigor.
- Muito difícil (renovar). Infelizmente,
é uma realidade. Eu coloco uma parte muito grande do nosso recebimento
(em patrocínios), mas não tenho em troca. Estou com muitas dificuldades.
Parcelando tudo. Formalizei minha imagem como bom pagador. Preferi
pagar parcelado, ao invés de ficar pagando mês a mês. Estou reavaliando
tudo. A situação do país está caótica - disse o presidente da Vitton 44,
que também tem parcerias com o Fluminense e com o Maracanã.
Com
um contrato de R$ 2,5 milhões, a Tim informou que a estratégia para o
próximo ano ainda está sob avaliação. Investidor do Flamengo desde 2011,
a empresa de telefonia tem compromisso até março do próximo ano. O
vínculo é atualmente o segundo mais longo do clube - a Adidas tem
contrato até 2023. Fernanda Cozac, gerente de comunicação institucional
da Tim, elogiou a parceria, mas preferiu não fazer nenhum prognóstico.
-
O resultado tem sido excelente, com títulos para o
clube e muito engajamento dos torcedores com os produtos e serviços que
lançamos ao longo desses anos. A estratégia de patrocínio para 2016
está em definição - disse Fernanda Cozac.
A parceria mais
recente do Flamengo é com a Jeep. Costurado em abril deste ano, o
contrato tem duração de oito meses e valor de R$ 4,5 milhões, o segundo
menor entre os patrocinadores que estampam marca na camisa do Flamengo. O
vínculo termina em dezembro. Por e-mail, a assessoria de imprensa da
empresa informou que a definição sobre uma possível renovação será feita
em momento oportuno.
- Ainda não há uma definição sobre a continuidade da parceria atual, que
vai até o final deste ano. Analisaremos isso no momento mais adequado - diz um trecho da nota.
Patrocinadora
master do Flamengo, a Caixa Econômica Federal foi a única empresa que
não respondeu aos questionamentos. A empresa tem contrato com o
Rubro-Negro até o fim do ano - houve uma renovação feita em maio. Em
valores anuais, a parceria com o banco estatal rende aos cofres do clube
R$ 28 milhões.
O período eleitoral do Flamengo é mais um
ingrediente no cenário já desenhado como instável. Na primeira quinzena
de dezembro, o clube decide quem será o presidente pelos próximos três
anos. Porém, dois investidores tem contrato com prazo de validade
justamente para o mês do pleito - casos de Jeep e Caixa Econômica
Fedral. Nenhum patrocinador quis comentar sobre uma hipotética
interferência do período eleitoral na demora da definição de extensão de
vínculo.
Fla mantém otimismo para ano considerado "desafiador"
Vice-presidente
de finanças do Flamengo, Cláudio Pracownik preferiu adotar um tom
otimista ao avaliar a situação dos investidores do clube para o próximo
ano. O dirigente lembra que nenhum patrocinador jogou a toalha até o
momento e que existem outras empresas interessadas em negócios futuros.
-
Estamos conversando com todos eles. Não tivemos ainda nenhuma
comunicação de desistência. Todos estão satisfeitos e reconhecem a
importância da parceria com o clube. Também há, por parte do Flamengo, o
reconhecimento destes parceiros. Não há pessimismo. Estamos negociando.
Inclusive, tivemos outras sondagens. Mas é claro que daremos absoluta
prioridade para os parceiros atuais do Flamengo - afirmou.
O
caso da Caixa Econômica Federal é tratado com cautela pela diretoria do
Flamengo. O governo federal tem promovido corte de gastos e também não
há uma definição de extensão.
- A Caixa (Econômica Federal)
encontra-se na mesma situação. Por ser um valor maior, estamos tratando
com o maior cuidado neste momento. O cenário para o próximo ano é
desafiador. Nenhum deles vão abrir mão de mídia ou publicidade. Temos
desafios, mas estamos otimistas - finalizou Pracownik.
Nenhum comentário:
Postar um comentário