No Brasil, fala-se em quase 200 milhões de treinadores. Com o
avanço das informações, hoje os torcedores têm acesso até à agenda de
treinos dos clubes. Além de técnicos, passaram a ser também preparadores
físicos, médicos, dirigentes. Nesta semana, a primeira de Cristóvão
Borges sem jogos na quarta ou na quinta-feira, o Flamengo treinará em um
período apenas por dia. Nas redes sociais, logo se observou uma gritaria
por parte dos rubro-negros, que consideravam um absurdo dar descanso a
um time no Z-4. O GloboEsporte.com, diante dessa situação,
consultou Rodrigo Poletto, responsável pela preparação física dos
flamenguistas. E o gaúcho de Caxias do Sul garantiu: a metodologia
empregada por sua equipe dá resultados mais eficazes e mais rápidos do que a
baseada em duas sessões de trabalho.
- O que a
gente utiliza é uma metodologia de treinar com mais intensidade em
treinos integrados. Até parece que a gente treina menos, mas na verdade a
gente treina é mais. Porque na mesma sessão de trabalho físico eu já
faço a transferência para o trabalho técnico. Hoje (segunda-feira),
trabalhamos da academia para o campo. Na terça, darei uma parte de
trabalho funcional antes do trabalho com bola. Na quarta, um de força
antes do trabalho com bola. Então a gente utiliza o trabalho físico de
uma forma muito mais integrada ao trabalho técnico. O estímulo do
trabalho físico a gente já transfere logo para o técnico e tático. É uma
forma de trabalhar com muito mais intensidade. Em uma próxima sessão, na
manhã, por exemplo, temos um período de descanso, mas é uma forma de
recuperar o atleta para que ele treine em intensidade máxima - explicou,
em entrevista ao GloboEsporte.com.
Rodrigo Poletto comanda treino físico do Flamengo (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)
Poletto aponta dois fatores como fundamentais para um resultado satisfatório: integração e intensidade de treinamento. Por isso, acredita que um trabalho combinado gera respostas mais completas.
- A gente não necessita, por exemplo, de quatro horas de treinamento. É preciso dar ênfase à qualidade do treinamento, mais integrado e muito mais intenso. Se o atleta não descansa e não se recupera, eu não vou tê-lo em condições de treinar em intensidade máxima. Hoje, o jogo pede intensidade máxima. A gente (comissão técnica) prefere uma sessão com intensidade muito maior. Sempre trabalhamos da mesma forma, porque acreditamos em ter uma resposta no jogo. Cada um tem sua forma, respeito a todos. Temos uma metodologia, mas isso não quer dizer que, em uma hora ou outra, não possamos aumentar o trabalho. Pode acontecer durante parte da temporada, mas os trabalhos integrados dão respostas muito rápidas - disse.
Parceiro
de Cristóvão desde 2002, quando trabalharam na comissão técnica de
Ricardo Gomes, Poletto trata a filosofia implantada hoje como fruto de
um longo estudo.
- É uma metodologia que fomos estudando, buscando elementos, aprimorando com muitos trabalhos na Europa. Integrar muito e não separar períodos, como só físico, técnico ou tático. Acreditamos muito no estímulo de transferência em uma só sessão. Durante a pré-temporada, fazemos mais sessões, até porque não se está em um período de competição, mas em todas as pré-temporadas nossas trabalhamos de forma integrada - afirmou.
Ao ler as respostas de Rodrigo Poletto, fica evidente, conforme já citado acima, que o binômio integração-intensidade rege seu proceder. Embora lance mão de um método peculiar de trabalho, respeita muito seu antecessor, Antônio Mello, quem, segundo o novo preparador físico, entregou a equipe em ótimas condições após ser demitido em conjunto com Vanderlei Luxemburgo.
- Eles fizeram uma excelente base, sempre acompanhei o trabalho do Flamengo desde o início da temporada, porque jogava contra eles. Desde o início da temporada a gente via a equipe do Flamengo como muito boa fisicamente, de atletas com muita velocidade, uma equipe de muito perigo desde o início da competição. Graças ao trabalho muito bem feito pelo Mello, o Flamengo está com atletas muito bem fisicamente. Agora vamos colocar a nossa metodologia. Sabemos que foi feita uma base excelente que vai nos permitir aplicar o que achamos mais interessante. Conhecendo o Mello, um dos mais gabaritados do Brasil, tenho tranquilidade para aplicar uma metodologia após uma base que foi feita excelente - avaliou.
- É uma metodologia que fomos estudando, buscando elementos, aprimorando com muitos trabalhos na Europa. Integrar muito e não separar períodos, como só físico, técnico ou tático. Acreditamos muito no estímulo de transferência em uma só sessão. Durante a pré-temporada, fazemos mais sessões, até porque não se está em um período de competição, mas em todas as pré-temporadas nossas trabalhamos de forma integrada - afirmou.
Ao ler as respostas de Rodrigo Poletto, fica evidente, conforme já citado acima, que o binômio integração-intensidade rege seu proceder. Embora lance mão de um método peculiar de trabalho, respeita muito seu antecessor, Antônio Mello, quem, segundo o novo preparador físico, entregou a equipe em ótimas condições após ser demitido em conjunto com Vanderlei Luxemburgo.
- Eles fizeram uma excelente base, sempre acompanhei o trabalho do Flamengo desde o início da temporada, porque jogava contra eles. Desde o início da temporada a gente via a equipe do Flamengo como muito boa fisicamente, de atletas com muita velocidade, uma equipe de muito perigo desde o início da competição. Graças ao trabalho muito bem feito pelo Mello, o Flamengo está com atletas muito bem fisicamente. Agora vamos colocar a nossa metodologia. Sabemos que foi feita uma base excelente que vai nos permitir aplicar o que achamos mais interessante. Conhecendo o Mello, um dos mais gabaritados do Brasil, tenho tranquilidade para aplicar uma metodologia após uma base que foi feita excelente - avaliou.
Rodrigo Poletto justifica o treino em período único por intensidade e eficácia maior (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)
Mais jovem do que os tarimbados Antônio Mello, Ronaldo Torres e Paulo Paixão, Poletto não trata seu trabalho como uma renovação. Pede união entre os preparadores mais jovens e os mais velhos e acredita que metodologias são cíclicas:
- A gente tem que respeitar. Sempre respeitei profissionais, independentemente de idade. Temos excelentes pessoas no Brasil, mas não tem nova ou velha geração, porque o futebol continua cíclico. O que é novo hoje pode ter sido reinventado do passado. Há treinos funcionais que usam uma linha muito antiga. Há grande profissionais, e o que é bom sempre voltar. Em vez de separar, temos que ser muito mais unidos. Não pode copiar muita coisa de fora.
Em que pese as convicções de Poletto, o próprio admite: só terá seu trabalho julgado de forma positiva caso conte com a sorte.
- A cultura do futebol infelizmente é regida pela bola que entra ou não. É a tal história da sorte. Nós estudamos 24 horas em cima disso, mas também precisamos do resultado - disse.
A bola começou a entrar, o Flamengo começou a vencer. E, se a sequência for positiva, os questionamentos diminuirão. Poletto, levando à risca seus lemas, precisará da integração de sorte com trabalho para que a intensidade de triunfos do Rubro-Negro aumente.
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