O basquete rubro-negro campeão de tudo em 2014 virou o orgulho da nação (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Se
o ano de 1981 é sagrado para o torcedor do Flamengo por razões mais do
que óbvias, o de 2014 também ficará eternizado para sempre na memória
dos rubro-negros. Mas não por conta do futebol. Desta vez as glórias
foram conquistadas dentro de uma quadra de basquete. Liderada pelo
capitão Marcelinho, a equipe comandada por José Neto repetiu o feito de
Zico, Júnior & Cia. e ganhou o tri do NBB, as inéditas Ligas das
Américas e Copa Intercontinental e o decacampeonato carioca e se
transformou no orgulho da nação.
Mas a festa ainda não estava
completa, e mundo aos pés do Flamengo foi o passaporte para os Estados
Unidos. Amparado pelos inúmeros títulos conquistados, o campeão de tudo
foi convidado pela NBA para participar de três partidas válidas pela
pré-temporada da liga americana. As vitórias diante de Phoenix Suns,
Orlando Magic e Memphis Grizzlies não vieram, mas a experiência
adquirida no melhor basquete do mundo teve quase o mesmo peso das
glórias de uma temporada inteira.
A "Libertadores do basquete" fez jus à conquista de Zico & Cia. há 33
anos e veio em grande estilo. De forma invicta, com uma campanha
irretocável. Desta vez o palco da festa rubro-negra foi o Maracanãzinho.
Diante de 8.701 barulhentos torcedores e diante do ídolo Oscar Schmidt,
o Flamengo derrotou o Pinheiros, último vencedor do torneio, por 85 a
78, em março, e conquistou um dos dois títulos que ainda lhe faltavam
(a Copa Intercontinental era o outro). Com grande atuação do
ala Marcelinho, o time da Gávea superou o retrospecto ruim diante dos
paulistas e
"roubaram" o título de reis das Américas. Além de inédito na história do
clube,
a conquista ainda garantiu ao time comandado por José Neto o direito de
decidir o Mundial da modalidade diante o Maccabi Tel-Aviv, de Israel,
campeão da Euroliga.
O
tricampeonato rubro-negro do NBB foi suado e com direito à provocação
ao maior rival, mas ele veio dia 31 de maio, na Arena da Barra, no Rio
de Janeiro. Sob os gritos dos próprios protagonistas de que
"Isso aqui
não é vasco, isso aqui é Flamengo", o time rubro-negro bateu o
Paulistano por 78 a 73 mais na garra e no coração do que na técnica,
faturou o tricampeonato do NBB e se igualou ao Brasília. Aos
39 anos, Marcelinho foi o cestinha da partida com 16 pontos ao lado do
pivô americano Jerome Meyinsse, eleito o MVP da decisão.
Marcelinho ergue a taça de tricampeão do NBB, após vitória sobre o Paulistano (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Depois
de abocanhar o décimo Carioca seguido, o terceiro NBB e a Liga das
Américas, o torcedor do Flamengo finalmente pôde encher a
boca para comemorar o título de clubes mais importante do planeta: a
Copa Intercontinental. Após perder a primeira partida por 69 a 66, os
donos da casa tinham a obrigação de vencer o segundo jogos por uma
diferença de no mínimo quatro pontos para levantar a taça. Mas não foi
só isso que aconteceu. Numa atuação coletiva perfeita e com grandes
desempenhos individuais do argentino Nico Laprovittola, cestinha
rubro-negro na final com 24 pontos e eleito o MVP da competição, e do
americano
Jerome Meyinsse, que anotou 22 pontos e cinco rebotes, o time comandado
pelo técnico José Neto despachou o
Maccabi Tel Aviv, de Israel, por 90 a 77, dia 28 de setembro, novamente
na lotada
Arena da Barra, e se consagrou como campeão de tudo.
Primeiro
time das Américas convidado para participar da pré-temporada da NBA, o
time rubro-negro não venceu nos Estados Unidos, mas tampouco fez feio
contra três representantes do melhor basquete do mundo. Na estreia em
solo americano diante do jovem e promissor time do Phoenix Suns, uma
atuação convincente. Depois de vencer o primeiro quarto e liderar o
placar no terceiro, o time da Gávea não suportou o ritmo e a intensidade
física da franquia do Arizona e vendeu caro uma derrota por 100 a 88.
Diante
do Orlando Magic e de milhares de rubro-negros que invadiram a Amway
Arena, o time de José Neto não repetiu a boa atuação da partida
anterior. Apesar da ótima atuação do ala Marcelinho, cestinha do
confronto com 20 pontos, 18 deles em bolas de três, o Rubro-Negro chegou
a encostar no marcador no terceiro período, mas acabou derrotado por
106 a 88.
A única atuação fora da curva veia na despedida em
Memphis, terra de Elvis Presley. Os primeiros três minutos do Flamengo
na vazia FedExForum Arena até foram promissores, e, com uma defesa
agressiva e muita velocidade no ataque, o time de José Neto chegou a
abrir 10 a
2. Mas a esperança da primeira vitória na pré-temporada dos EUA parou
por aí. A forte defesa e o eficiente jogo de garrafão dos
Grizzlies determinaram ao time carioca sua pior derrota das três em
quadras americanas. O placar de 112 a 72 retratou a
superioridade da terceira colocada da Conferência Oeste e dona da quarta
melhor campanha da NBA até o momento.
Marquinhos recebe forte marcação de Markieff Morris, dos Suns, na melhor atualao do Fla na NBA (Foto: Foto: Agência AP)
05
Decacampeonato carioca
2005,
2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014. A supremacia do
Flamengo nas quadras do Rio de Janeiro parece não ter fim. Após vencer a
Copa Intercontinental, o NBB e a Liga das Américas, o basquete
rubro-negro ainda tinha apetite para abocanhar mais um
título em sua vasta coleção. Com duas vitórias sobre o Macaé, a segundo e
decisiva por 98 a 85, na Gávea, o time comandando por José Neto repetiu
um feito histórico alcançado
de 1951 a 1960 pelo técnico Kanela e sagrou-se novamente decacampeão.
Para
abrilhantar ainda mais o sabor da conquista, o triunfo foi conquistado
justamente no dia 28 de outubro, data do padroeiro do clube, São Judas
Tadeu, quando também é comemorado o Dia
do Flamenguista. Neste ano, o
torneio teve apenas três times: Flamengo, Macaé e Liga Super
Basketball (LSB).
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