A irritação do técnico Vanderlei Luxemburgo depois do empate do
Flamengo em 2 a 2 com o Sport, em Recife, foi além das suas palavras.
Ela chegou aos jogadores de uma forma capaz de levá-los a apresentar sua
indignação publicamente. Pelo menos, assim reagiu o zagueiro Wallace
nesta terça-feira após treinamento físico leve no Ninho do
Urubu.
Luxemburgo criticou a atitude do time em campo, que havia
aberto uma vantagem de 2 a 0 e permitiu o empate nos cinco minutos
finais do jogo. Wallace levou a discussão para um período mais longo. O
zagueiro demonstrou indignação com a situação do
Flamengo ao dizer que envelheceu 10 anos em dois e pedir um elenco mais
forte para 2015.
- O primeiro ponto já temos, que é um treinador
vencedor. Temos um elenco com limitação que já passou da fase. São
quatro, cinco anos brigando por coisa ruim. Falo como espectador. Não
pode ficar todo ano brigando por um G-8. Não falo da Copa do Brasil, que
é mata-mata. O Flamengo é muito grande para se acomodar com isso. É
preciso haver uma reformulação, mudanças. É cansativo para o jogador
todo ano ficar brigando por coisa ruim. Fica cansado de dar explicação. O
time precisa de certas coisas que hoje não se tem. Já passou do tempo de
montar uma equipe que venha para brigar. É meio paradoxal falar isso,
porque a vontade de vencer que faz um time campeão, mas é preciso um
elenco mais forte e um time competitivo, mais técnico para crescer em
todos os quesitos. Em dois anos aqui, envelheci 10. O torcedor também
está cansado de notícia ruim - disse.
Wallace considerou a explanação do treinador sensata e correta depois do jogo
com o Sport e disse que agiria da mesma forma se estivesse em seu lugar
naquele momento. Para ele, é preciso que os jogadores reconheçam seus
erros e parem de dar desculpas, dando uma resposta já no confronto com o
Coritiba, domingo, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro.
Flamengo tem treino físico leve no Ninho do Urubu nesta terça-feira (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)
- Não
dá para admitir levar dois gols em menos de cinco minutos. O que ele
falou fora do vestiário, falou para a gente também. Ficaria chateado se
não fosse sincero como foi. Não é a primeira vez. Até quando vamos ficar
dando desculpa. É preciso ter autocrítica. Independentemente disso,
temos o compromisso de vencer sempre. O time vem de dois tropeços. Minha
maior derrota pessoal foi essa contra o Atlético-MG e não consegui
digerir. Algumas limitações que a gente tem ficaram claras. Temos total
obrigação de vencer o Coritiba. É uma final e quem vai ao estádio quer
ver algo bonito. Paga ingresso para consumir o melhor. O mínimo que
podemos fazer é vencer o jogo - finalizou.
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