Advogado da Portuguesa na época do julgamento do atacante
Héverton, episódio que desencadeou uma punição ao clube e investigação do
Ministério Público por conta da escalação irregular do jogador, Valdir Rocha da
Silva chamou de “ilações” as acusações feitas de que teria recebido
suborno para não comunicar a comissão técnica da equipe sobre a suspensão do
atleta – que entrou em campo na rodada final do Brasileiro 2013 quando não
podia.
Na última quarta-feira, o promotor Roberto Senise,
responsável pela inquérito instaurado pelo MP, apontou Silva, além do
ex-presidente Manuel da Lupa e do ex-vice Roberto dos Santos, como investigados
pela omissão que levou o clube ao erro que o faria ser julgado no STJD e,
então, rebaixado à Série B. De acordo com Senise, há indícios de que a falha
tenha sido premeditada - umas hipóteses é de que isso tenha sido feito por
dinheiro.
- São só ilações. O próprio promotor diz que não há nada
concreto - afirma Silva.
Valdir Rocha, porém, admite o erro que impediu o então técnico
Guto Ferreira de saber sobre a suspensão de Héverton.
- Isso com certeza houve, não só meu como do (departamento de) futebol -
completa ele, citando o departamento que era comandado por Santos.
O advogado confirma que conversou com o colega Osvaldo
Sestário, que representava a Portuguesa no STJD, no dia seguinte ao julgamento. Na véspera, quando Héverton
foi condenado, o atacante Gilberto, titular e peça importante do
time, também recebeu uma punição. De acordo com o antigo funcionário da Lusa, a
preocupação com a resultado de Gilberto era tão grande, que a
informação sobre Héverton não foi debatida.
Rocha prestou depoimento ao Ministério Público e diz
que autorizou o órgão a esmiuçar suas contas telefônicas e bancárias. Ele negou
que o erro tenha sido proposital e que tenha recebido dinheiro para omitir a
suspensão do jogador.
- Foi um equívoco em série, mas (suborno) jamais. Por mim,
nunca. Eu não cometi nenhum ato pensado para prejudicar o clube – rebateu.
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