segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Presidente do Conselho Fiscal explica ausência e nega restringir informação

O presidente do Conselho Fiscal do Flamengo, Mario Esteves, enviou um esclarecimento por email explicando as razões do seu pedido de licença e negando que tenha qualquer relação com as pressões que vem sofrendo no clube. Ele é alvo de uma comissão de inquérito no Conselho Deliberativo, acusado por membros do Conselho Fiscal de restringir informações por fazerem parte da oposição. Em agosto, Esteves alegou que somente tenta evitar a politização do Conselho Fiscal e que em nenhum momento deixou de prestar as informações que tem obrigação de prestar. A comissão de inquérito aberta neste mês teria 60 dias para realizar a apuração, mesmo prazo da licença de Esteves que, no entanto, ressalta que já tinha marcada há três meses uma viagem familiar ao exterior.

Na sexta-feira, Gonçalo Veronese, membro do Conselho Fiscal e da oposição, além de ser um dos autores do pedido de abertura de comissão de inquérito, afirmou que a ausência de Esteves se tratava de uma manobra para ganhar tempo, visto que dessa forma ele poderá não responder à comissão de inquérito, que por sua vez poderá pedir a prorrogação dos 60 dias até o retorno do dirigente. Na ocasião, Veronese afirmou ao GloboEsporte.com que "com certeza vai atrasar" a apuração. O presidente do Deliberativo, Delair Dumbrosck, por sua vez, desconversou quando questionado se a licença de Esteves teria relação com a abertura do inquérito interno, e aconselhou que a pergunta fosse feita ao presidente do Conselho Fiscal. A reportagem, na ocasião, não conseguiu contato com Esteves.

Eduardo Bandeira de Mello e Mario Esteves conselho fiscal Flamengo (Foto: Cahê Mota)Eduardo Bandeira de Mello e Mario Esteves, presidentes do Flamengo e do Conselho Fiscal (Foto: Cahê Mota)
Mario Esteves revela também em seu que consultou o vice-presidente e o secretário do Conselho Fiscal com a mesma antecedência para conferir a disponibilidade dos dois durante sua ausência, além de ter havido comunicação formal a todos os presidentes de poder. No email enviado neste fim de semana, ele preferiu se abster de comentar a acusação omissão de informações por conta do trabalho da comissão de inquérito. Mas, no dia 8 de agosto, Esteves afirmou ao GloboEsporte.com:

- O Gonçalo Veronese é o segundo no grupo do Leonardo Ribeiro, o chamado Capitão Léo, é o braço direito político do grupo, que tem como único objetivo prejudicar de todas as maneiras a administração. A nossa campanha foi baseada na despolitização do Conselho Fiscal. A minha conduta como presidente do Conselho é independente, isenta e técnica. A minha atuação política é exatamente no sentido de evitar a politização que o Veronese e o grupo tenta dar ao Conselho Fiscal, colocando questões que não ficam na sua esfera. Eles me mandaram requerimentos que foram respondidos na medida em que faziam parte das obrigações estatutárias do Conselho Fiscal. Realmente não aceito colocar no Conselho Fiscal a pauta política deles. Não tenho a obrigação e nem acho que devo aceitar a tentativa de politização, porque é isso que o senhor Gularte e todos eles fazem o tempo todo. A nossa postura é absolutamente isenta.

Confira a íntegra da resposta enviada por email por Mario Esteves, presidente do Conselho Fiscal do Flamengo:

"A propósito de matéria publicada em 12/09/2014 no Globo Esporte, intitulada “Guerra política se acirra, e presidente do Conselho Fiscal pede licença no Flamengo”, cumpre esclarecer que minha licença para viagem familiar ao exterior já estava programada há cerca de 3 (três) meses, quando consultei o Vice-Presidente e o Secretário do Conselho Fiscal para conferir a disponibilidade de ambos durante o período programado de ausência. Ademais, como de praxe, a licença foi precedida de comunicação formal a todos os Presidentes de Poderes do Clube, com o envio dos correspondentes ofícios.

Cumpre registrar que em respeito à Comissão de Inquérito do Conselho Deliberativo, me absterei de no momento tecer qualquer consideração quanto ao teor das alegadas “omissões de informações”. Asseguro apenas que minha conduta à frente do Conselho Fiscal segue estritamente as disposições estatutárias e regimentais do Clube de Regatas do Flamengo, e assim ficará provado, bem como os princípios da independência, transparência, equidade e responsabilidade.

Quanto às ligações telefônicas mencionadas na matéria, de fato desliguei, desde 09/08/2014, minha linha de operadora brasileira dado o elevado custo das ligações em roaming internacional".

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