A situação do Flamengo pede atitudes enérgicas e emergenciais. Depois do empate por 1 a 1 com o Figueirense, nesta quinta-feira, no Morumbi, o time entrou na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. O técnico Ney Franco revelou toda a sua frustração com o resultado em seu quarto jogo no comando do time, com três empates e uma derrota.
A esperança do treinador é a parada para a Copa do Mundo, que acontecerá depois do confronto com o Cruzeiro, domingo, em Uberlândia. Esse jogo, mesmo contra o líder, é visto pelo treinador como a possibilidade de terminar essa primeira parte do Brasileiro com tranquilidade para trabalhar.
- Estamos apostando tudo na parada. Jogadores vão chegar, pois o elenco precisa ser qualificado. Com isso e o tempo de trabalho, a gente acredita na capacidade de jogar mais do que vem jogando até o momento. Anteriormente, peguei o time em uma situação parecida na minha primeira vez. Também tinha uma parada para a Copa, com o time mal posicionado no Brasileiro. Usamos bem aquele tempo, o time foi campeão da Copa do Brasil e fez uma boa reta final de Brasileiro - afirmou Ney.
Durante o jogo, o treinador tirou Elano no intervalo e substituiu Igor Sartori depois de apenas 29 minutos jogados no segundo tempo. Ney Franco explicou essas mudanças e ainda a decisão de não escalar Felipe.
Com o resultado desta quinta-feira, o Flamengo fechou a nona rodada na 17ª posição, com os mesmos sete pontos do Vitória, que fica uma posição à frente por ter melhor saldo de gols. Ainda sem vencer sob o comando de Ney Franco (uma derrota e três empates), o Rubro-Negro volta a campo no domingo para enfrentar o líder Cruzeiro em Uberlândia (MG).
Confira os principais trechos da entrevista de Ney Franco após a partida
Impacto imediato
"O clima no vestiário foi horrível para jogadores e comissão técnica. Foi um jogo em que abrimos mão no primeiro tempo. No segundo tivemos mais volumes, mais oportunidades, mas nossa bola não entrou. O trabalho foi feito em busca de uma vitória e não tivemos a competência para vencer. Em cima disso, ficamos muito frustrados".
Recuperação na parada
"O sentimento é de não ver o resultado prático em campo do que estamos fazendo no treinamento. A fala nesse período é ter que preparar a equipe. Foram quatro jogos com a equipe se arrastando em campo. Temos que aproveitar a parada para ajustar a parte técnica, tática e física. Deixar o time mais forte em todos os sentidos na segunda parte do Campeonato Brasileiro".
Saída de Igor Sartori
"Já conversei com ele. É muito difícil para qualquer jogador entrar em um jogo e ser substituído. Foi muito em função da opção que eu tinha de pressionar. O time estava muito dentro do campo adversário e tinha quatro atacantes. Precisava de alguém mais centralizado, com característica de chutar a gol. Está nos nossos planos e será lapidado para no futuro ser um potencial jogador e atender as necessidades técnicas do Flamengo".
Felipe fora
"Foi uma decisão técnica. Conversei com o atleta, junto com o preparador de goleiros (Wagner Miranda) e o meu capitão (Léo Moura). Pelo rendimento do Paulo Victor, queria vê-lo nesses dois jogos (Figueirense e Cruzeiro) e na parada definir quem será o goleiro titular. Domingo, ele vai ter um grande desafio contra um dos melhores ataques do Brasil".
Parada para a Copa
"Estamos apostando tudo na parada. Jogadores vão chegar, pois o elenco precisa ser qualificado. Com isso e o tempo de trabalho, a gente acredita na capacidade de jogar mais do que vem jogando até o momento. Anteriormente, peguei o time em uma situação parecida na minha primeira vez. Também tinha uma parada para a Copa, com o time mal posicionado no Brasileiro. Usamos bem aquele tempo, o time foi campeão da Copa do Brasil e fez uma boa reta final de Brasileiro".
Pontos perdidos
"Tivemos a capacidade de tomar gol de uma equipe que atacou pouco. Lamento muito o primeiro tempo. Tem que fazer valer o princípio do mando de campo e não tivemos competência para isso".
Torcida no Morumbi
"Ela tem razão com relação ao primeiro tempo. O time jogou mal, mas fez um bom segundo tempo, criou mais oportunidades. Mas não tenho que fazer avaliação do torcedor, porque entendo a posição dele. É equipe pela qual é apaixonado e ela joga mal como jogou hoje. Está no direito dela. Só há uma maneira de mudar, que é jogar bem e os jogadores tem que ter esse entendimento e força mental".
Sem evolução
"Não tive muitas sessões de treinamento. Foram quatro trabalhos táticos desde que eu cheguei. Em alguns momentos, tenho conseguido fazer na véspera dos jogos, mas com trabalhos curtos. Tenho passado o material dos jogos, mas falta mesmo é tempo para ajuste das peças. Precisamos do mínimo de movimentações básicas ofensivas, de transição da defesa para o ataque, definição mais certa da marcação".
Jogo contra o Cruzeiro
"Já tivemos uma mobilização imediata para esse jogo. Pegamos o lanterna e agora vamos enfrentar o líder em um jogo que pode marcar uma virada se a gente conseguir vencer. Seria uma vitória para nos dar moral e tranquilidade para trabalhar na parada".
Mando fora do Rio
"Esse campeonato tem essa particularidade. Acho que só o São Paulo está jogando em casa. Não pode ser desculpa. Não dá para transferir para isso a responsabilidade do resultado. Jogamos no Morumbi, um dos melhores gramados do país, em um campo enorme, com toda a estrutura para trabalhar".
Substituição de Elano
"A gente fez um mau primeiro tempo e vendo a perspectiva de que a equipe não teria força no segundo tempo, que não melhoraria, fiz as duas mudanças. Não saiu apenas o Elano. Tirei um volante (Luiz Antonio) também. Entraram dois homens mais ofensivos".
Bicicleta de Alecsandro
"Lamento que não tenha entrado. Foi uma jogada muito bonita. São raros os jogadores com competência para realizar esse lance. Mas da mesma forma como o goleiro teve competência. Se entrasse, seria um dos mais bonitos do Brasileiro até essa rodada".
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