A novela envolvendo a negociação do lateral Léo, do
Flamengo, parecia ter acabado quando o jogador assinou contrato com o
Rubro-Negro carioca, porém a história ganhou novos capítulos nos últimos dias. O
Furacão notificou o Vitória na Justiça baiana por apropriação indébita de R$ 1,5 milhão.
Em dezembro do ano passado, o Atlético-PR, clube que o
lateral defendeu na última temporada, tentou exercer o direito de compra de 50%
do passe do jogador, mas perdeu a batalha para o Fla. No entanto, o clube
paranaense havia comunicado o Vitória sobre o interesse em adquirir parte do
jogador e chegou a pagar por isso. O clube do Paraná depositou R$ 1 milhão e
500 mil na conta do Vitória, conforme estipulado em contrato.
O clube baiano decidiu negociar com o Flamengo, porém, de
acordo com os paranaenses, o Vitória não devolveu ao Furacão o valor pago. O
GloboEsporte.com teve acesso a documentos que comprovam o pagamento do valor
feito no dia 26 de dezembro de 2014. A notificação de que desejava exercer o
poder de compra foi feita pelos paranaenses três dias antes.
Como
o jogador foi negociado com outro clube, os paranaenses
decidiram esperar a devolução da quantia depositada na conta do Vitória.
Porém, passados dois meses, o
Furacão não viu a cor do dinheiro e decidiu interpelar o time baiano
judicialmente. A assessoria jurídica da equipe paranaense deu entrada em
uma ação na 9ª Vara de Relações Cons. Civis e Comerciais de Salvador
contra o Rubro-Negro. A ação cita diretamente
o presidente do Vitória, Carlos Falcão. No processo, o Atlético-PR se
baseia no
artigo 168 do código penal brasileiro, que considera crime “apropriar-se
de
coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção”. A pena para o
crime é de
um a quatro anos de prisão, além de multa.
O processo já está sob análise de um juiz, que fará
a execução do processo. A assessoria jurídica do Furacão pede a penhora do
patrocínio da Caixa e da cota de televisão do Vitória para o pagamento. De
acordo com a assessoria jurídica paranaense, a devolução do valor deve ser
feito até três dias depois da notificação.
Vitória nega dívida e tem outro entendimento para o caso
Apesar da reclamação paranaense, que pede a
devolução do dinheiro, o Vitória acredita que não há débito, nem apropriação.
Na versão do presidente do clube baiano, Carlos Falcão, o Atlético-PR não
cumpriu o acordado em contrato, e deveria ter pago mais R$ 500 mil. O
presidente ainda preferiu evitar comentar o processo, alegando que ainda não foi
notificado, e que não teria conhecimento sobre a interpelação.
- O Vitória não recebeu
nenhuma notificação de processo do Atlético-PR. Nem nos apropriamos de nada. O
Atlético-PR tinha o direito de preferência na compra de 50%, desde que em
igualdade de condições, cobrindo ofertas maiores. Aconteceu que recebemos uma proposta
de R$2 milhões. Foi depositado R$1,5 milhão e o Vitória notificou o Atlético-PR
que faltava R$ 500 mil, mas o atleta não fechou contrato com o Atlético-PR e
preferiu jogar no Flamengo – disse em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com.
- O Vitória não deve nada ao Atlético-PR, já
que o Atlético-PR não cumpriu o que estava no contrato. O Vitória vai ver que
ação é essa. Não conheço a ação e não posso me pronunciar sobre ela. Não posso
comentar algo que não conheço. Não fui notificado. Quando ocorrer, acionarei
nosso departamento jurídico – completou.
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