Quando a crise no Flamengo parecia irreversível após a saída de Mano
Menezes, coube à Jayme de Almeida assumir o comando da equipe para
tentar tirar o clube da situação incômoda que se encontrava. Onze jogos
depois, o técnico parece ter encontrado a fórmula para reerguer o Fla
após um início de Brasileirão cercado de desconfiança. A pressão, a
insegurança e a cobrança deram lugar à vibração, confiança e resultados
positivos. Foram seis vitórias, três empates e apenas duas derrotas. O
jeito calmo de Jayme de lidar com a adrenalina de uma partida foi
determinante para a recuperação.
- Você vai ficar gritando igual maluco e ninguém te olha, porque não dá
para ouvir nada. Por isso que eu falo que tem que preparar bem
primeiro. A maioria das situações que aparecem no jogo quem tem que
mudá-las são os atletas - disse o técnico.
Totalmente identificado com o Flamengo, Jayme frequenta o clube desde
pequeno. Quando criança, não desgrudava do pai, também de nome Jayme,
meio-campista de uma das primeiras gerações vitoriosas da Gávea, junto
com Domingos da Guia e Zizinho.
- Meu pai chegou no Flamengo em 1942. Ele foi tricampeão carioca: 42,
43 e 44. Ele tinha um orgulho muito grande disso aqui. Depois, foi tri
como auxiliar, em 53, 54 e 55. Seu nome é muito respeitado aqui, e esse
foi o legado que eu tive que carregar - contou.
Sereno: imagem clássica de Jayme de Almeida no Maracanã (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)
Querido pelos jogadores, Jayme de Almeida revela um pouco do seu
segredo para comandar um time que mistura a experiência de jogadores
como Chicão, André Santos e Léo Moura, com a juventude de Luiz Antônio,
Gabriel, Samir, entre outros. Um treinador humilde, que se diz aberto a
debates com os atletas.
- Acho legal quando há respeito. Quando há essa identidade. Eu nunca
imponho nada, a gente treina e eu pergunto: ''dá para fazer assim?''.
Compartilho com eles, e é por isso que está dando certo - explicou.
Coeso nas decisões táticas, Jayme busca o equilíbrio nos setores para
soltar o Flamengo e impulsionar o futebol da equipe. Desde sua chegada,
suas escolhas começam a surtir efeito. Amaral não sai mais da equipe,
deu a proteção que a zaga precisava, aliando força e velocidade. Na
frente, apostou em Paulinho, que se tornou um dos principais jogadores
do time.
- A partir do momento que eu dei a função e liberei ele pra ser feliz,
que eu brinco muito com ele: ''vai lá e vai ser feliz!'' Ele tem uma
velocidade tremenda, uma habilidade danada para driblar - afirmou.
O Flamengo de Jayme de Almeida venceu o Goiás por 2 a 1 no Serra
Dourada, no jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil. No segundo
duelo, no Maracanã, o rubro-negro pode perder por 1 a 0 que garante vaga
na final da competição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário