Jayme de Almeida comemorou muito a vitória do Flamengo no
Fla-Flu. Não apenas por ter deixado o time mais confortável na tabela do
Brasileirão, praticamente livre do risco de rebaixamento, mas também por
valorizar o grupo rubro-negro, já que cinco titulares foram poupados, e dar
confiança e motivação para a segunda partida da semifinal da Copa do Brasil. Na
próxima quarta-feira, no Maracanã, o Flamengo recebe o Goiás e pode até perder
por 1 a 0 para ir à decisão. Neste domingo, também no Maraca, a equipe de Jayme
superou o Tricolor pelo mesmo placar. O clássico foi assunto na entrevista coletiva do
treinador, mas logo perdeu espaço para o próximo compromisso.
- O Flamengo era desacreditado por todos, mas agora tem a
chance de chegar na final da Copa do Brasil e tentar uma vaga na Libertadores.
Até quarta-feira vai estar todo mundo pilhado, ligado. Se acharmos que já
passamos, vamos quebrar a cara. Os jogadores sabem da importância que esse jogo
tem para o clube. Não temos vantagem nenhuma. É uma grande equipe, o Goiás está
lá em cima na tabela (do Brasileiro). Como conhecemos o Goiás, eles nos
conhecem. A gente tem que voltar a cabeça para essa decisão no Maracanã e temos
a certeza que não vai ser fácil. Os jogadores estão conscientes. Ganhamos de 2
a 1, mas não acabou ainda. Será uma parada duríssima na quarta-feira – alertou.
Sobre a vitória no Fla-Flu, Jayme manteve a serenidade. A escalação
de um time misto deu certo. Mas foi suado. O clássico só foi decidido com gol
contra de Gum em jogada dividida com Hernane, aos 44 minutos do segundo tempo.
Ainda assim, o treinador não deu os méritos só ao atacante, que acreditou na
jogada. Para ele, o grupo rubro-negro está à frente e merece os aplausos após
ser "ridicularizado" quando a fase era ruim.
Jayme de Almeida orienta o time durante o clássico com Luxemburgo ao fundo (Foto: Alexandre Vidal / Flaimagem)
- Eu acho que o Hernane faz parte de um grupo. Sem os outros, ele não é nada. O
que fez o Flamengo vencer não foi ele. Foi a determinação, a vontade, o
trabalho coletivo. O Flamengo está nessa situação porque tem um grupo de
atletas em que cada um confia no outro. A vitória do Flamengo não é de uma
pessoa só. Uma pessoa só é muito pouco. É um grupo que chegou a ser
ridicularizado e deu a volta por cima. Isso é muito legal - afirmou.
O Flamengo agora vai se concentrar exclusivamente na semifinal contra o
Goiás. O grupo volta a treinar na tarde desta segunda-feira, no Ninho do Urubu.
Léo Moura, Chicão, Elias, André Santos e Paulinho retornam nos lugares de Digão, González, Luiz Antônio, Gabriel e Rafinha.
No Brasileirão, o Rubro-Negro se colocou na metade da tabela, com 44 pontos,
e praticamente zerou suas chances de ser rebaixamento. São oito pontos de
vantagem sobre o vasco e nove pontos atrás do Botafogo, que abre o G-4 neste
momento. Faltam seis rodadas.
Homenagem para Liminha
- Queria aqui falar que faleceu na sexta-feira um grande profissional
do Flamengo, grande atleta, grande amigo, Liminha, que jogou de 1968 a 75 de
titular do Flamengo. Aquele jogador que sem oba-oba era o nosso homem que
corria, marcava, lutava. Tenho um carinho e um respeito muito grande por ele.
Quando subi, foi quem mais me deu força. Liminha mora no meu coração. Foi duro
perder um amigo tão legal, espero que descanse em paz. Foi um dos melhores na
captação de atletas para a base. Dia de alegria (pela vitória no Fla-Flu), mas
também de luto para a torcida do Flamengo.
Vitória aumenta confiança para quarta
- A partir do momento que assumi o Flamengo, penso em grupo e
não em 11. Esses meninos tinham feito uma partida muito boa contra o
Atlético-MG. Hoje, os cinco (Léo Moura, André Santos, Chicão, Elias e Paulinho)
não jogaram, foi uma partida muito mais difícil. O Fluminense criou dificuldades,
mas no intervalo procuramos organizar o que estava errado. Normal para quem treinou pouco. O segundo tempo foi mais
equilibrado. O Fluminense passou duas bolas na frente do nosso gol e não conseguiu
marcar. Na nossa o Hernane dividiu com o zagueiro e a bola entrou. É importante
para saber que estamos no caminho certo. Não fomos brilhantes, mas muito
guerreiros. Lutamos até o fim.
Confiança no grupo
- Se não passar isso para os atletas, o barco não anda. Não
foi só discurso, foi o trabalho do dia a dia. Entenderam a mensagem de um Flamengo
mais forte e confiante. A gente tentou mostrar uma filosofia para sair de uma
situação desagradável. Os atletas acreditaram e estão fazendo com um amor muito
grande. Hoje no Maracanã, mesmo sem cinco titulares, a torcida cantou,
acreditou. Acho legal porque a torcida começou a perceber que tem um Flamengo
vibrante, que acredita no resultado. Estão vindo, fazendo festa, acreditamos. O
modo de se apresentarem, de se doarem em campo, a torcida tem acompanhado e tem
vindo junto. O Fluminense precisava mais dos pontos, tive de tirar cinco, mas a
torcida do Flamengo compareceu e temos de agradecer aos torcedores porque eles
estão nos apoiando. O Flamengo com torcida forte, time forte, é um adversário
difícil de ser batido.
Importância da vitória
- Esse resultado era muito importante, conseguimos fazer três
pontos. Dá uma aliviada, mas ainda não acabou. Mas dá alívio para quando voltar
o Brasileiro.
Vantagem contra o Goiás
- Não temos vantagem nenhuma. É uma grande equipe, o Goiás
está lá em cima na tabela. Como conhecemos o Goiás, eles nos conhecem. A gente
tem que voltar a cabeça para essa decisão no Maracanã e temos a certeza que não
vai ser fácil. Os jogadores estão conscientes. Ganhamos de 2 a 1, mas não
acabou ainda. Será uma parada duríssima na quarta-feira.
Como administrar a vantagem?
- Tem que ser um time consciente, saber que a gente não pode
ficar lá atrás. A gente tem que jogar, ter cautela, não ficar exposto. Numa
bobeada nossa o Goiás fez o gol (no jogo de ida). A gente tem que ter cautela,
mas temos que atacar. Estaremos no Maracanã. Se conseguirmos fazer gol, será
importante para a gente.
Motivação do grupo
- O Flamengo era desacreditado por todos, mas agora tem a
chance de chegar na final da Copa do Brasil e tentar uma vaga na Libertadores.
Até quarta-feira vai estar todo mundo pilhado, ligado. Se acharmos que já
passamos, vamos quebrar a cara. Os jogadores sabem da importância que esse jogo
tem para o clube.
Sem clima de oba-oba
- Cada jogo é um jogo, cada jogo tem uma história. Se o time
está preparado para jogar uma semifinal desse porte, não preciso ficar falando
que perdeu semifinal e final no Maracanã ou que ganhou um monte. Acho que é o
momento desse Flamengo. Não era o mesmo grupo em algumas derrotas. Esse grupo
tem que tentar fazer história no clube. Agora é a hora deles.
Retorno de Walter
- O treinador do Goiás pode treinar, mudar alguma coisa. A
gente tem que estar preparado para isso. Nós já jogamos contra o Goiás, o Walter
é um grande centroavante. Se jogar, o Goiás vai ficar ainda mais forte. O outro
que jogou (Júnior Viçosa) deu um trabalho danado. O Goiás não vai jogar com
dez. Com ele ou sem ele, estarão onze contra onze. Respeito o Goiás em tudo.
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