O Flamengo tem Jayme de Almeida como técnico, cogita mantê-lo em 2014,
mas ele ainda não sabe se fica. Paulo Pelaipe é o diretor executivo, tem
contrato até dezembro, mas o vice de futebol Wallim Vasconcellos não o
garante para a próxima temporada. O diretor, por sua vez, prefere o
silêncio e ainda não foi perguntado se tem interesse em continuar. É
neste cenário, cercado por interrogações, que Wallim, Pelaipe e Jayme se
encontram nesta quarta-feira. A ideia do vice de futebol é começar a
planejar o ano que vem, mas nem ele sabe o que será feito. A realidade é
que todo o departamento está sob avaliação, numa espécie de “Enem
rubro-negro”. O exame está em curso, e o resultado sai após o Campeonato
Brasileiro.
- A situação dele (Pelaipe) é a mesma de todos no Flamengo. Vamos até o
final do ano e avaliaremos o trabalho dele, da comissão técnica. Depois
dessa avaliação, saberemos se ele continua ou sai. Estávamos começando a
trabalhar com o Mano o planejamento para 2014. Isso foi quebrado, e
vamos iniciar com o Jayme uma avaliação do elenco, comissão técnica. Não
é só fazer do Pelaipe e do elenco. Sobre a comissão técnica: os números
estão corretos? As pessoas estão qualificadas? Remuneradas de acordo?
Vale para comissão, DM (departamento médico), ver o que deu certo,
errado, e no fim do ano decidir quem fica e quem sai. Não adianta falar
agora que vamos tirar A ou B – disse Wallim, em entrevista à Rádio
Globo, no último domingo.
Antes de pedir demissão, Mano Menezes reuniu-se com Wallim e Pelaipe
pelo menos duas vezes, indicou nomes de possíveis reforços e de atletas
que não estavam nos planos. Com a saída repentina do treinador, é
preciso recomeçar.
Pelaipe, que viveu seu momento de maior pressão no clube no mês
passado, logo após a saída de Mano, tem seu futuro indefinido, mas
trabalha normalmente. O diretor suportou o risco de demissão e em nenhum
momento cogitou sair, apesar de Wallim ter “sugerido” que ele se
afastasse do cargo depois da derrota por 4 a 2 para o Atlético-PR, no
Maracanã. Com a melhora da equipe no Brasileiro, o divórcio não ocorreu,
mas pode ter sido apenas adiado.
Pelaipe é responsável pelo futebol, mas seu poder é limitado pelas
decisões e vetos da cúpula do clube que, além de Wallim, conta com o
vice-presidente de marketing, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, e Rodrigo
Tostes, vice financeiro. Foi a cúpula que vetou, por exemplo, a
contratação de Fagner - que, depois de apalavrado com o Flamengo, acabou
fechando com o Vasco. O diretor também esbarrou na falta de dinheiro e
de flexibilidade da diretoria para concretizar outras contratações. Foi o
caso da tentativa de contratação de Emerson Sheik. Depois de oferecer
ao atacante o mesmo salário que ele receberia no Corinthians, o Flamengo
não aceitou contratá-lo por dois anos, e o jogador fechou a permanência
no Timão por um ano e meio.
Desgastado, Pelaipe ainda conta com forte aliado: Bap, principal
responsável por sua contratação. Outra peça ganha corpo nesse xadrez:
Plínio Serpa Pinto, que substituiu Flávio Godinho na pasta de relações
exteriores, começa a ter interferência no futebol e tem estado muito
próximo de Wallim. Plínio conta com apoio do ex-presidente Kleber Leite,
tem acompanhado de perto os bastidores do clube e é elogiado por
Pelaipe como um profissional que entende de futebol. Caso Pelaipe deixe o
clube, o que é muito provável, Plínio pode assumir o papel de escudo
que o vice de futebol Wallim Vasconcellos está prestes a perder.
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