quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Em meio ao ‘Enem rubro-negro’, Flamengo começa a tentar planejar 2014


Wallim, Bandeira de Mello e Pelaipe no treino do Flamengo (Foto: Richard Souza)
O Flamengo tem Jayme de Almeida como técnico, cogita mantê-lo em 2014, mas ele ainda não sabe se fica. Paulo Pelaipe é o diretor executivo, tem contrato até dezembro, mas o vice de futebol Wallim Vasconcellos não o garante para a próxima temporada. O diretor, por sua vez, prefere o silêncio e ainda não foi perguntado se tem interesse em continuar. É neste cenário, cercado por interrogações, que Wallim, Pelaipe e Jayme se encontram nesta quarta-feira. A ideia do vice de futebol é começar a planejar o ano que vem, mas nem ele sabe o que será feito. A realidade é que todo o departamento está sob avaliação, numa espécie de “Enem rubro-negro”. O exame está em curso, e o resultado sai após o Campeonato Brasileiro. 

- A situação dele (Pelaipe) é a mesma de todos no Flamengo. Vamos até o final do ano e avaliaremos o trabalho dele, da comissão técnica. Depois dessa avaliação, saberemos se ele continua ou sai. Estávamos começando a trabalhar com o Mano o planejamento para 2014. Isso foi quebrado, e vamos iniciar com o Jayme uma avaliação do elenco, comissão técnica. Não é só fazer do Pelaipe e do elenco. Sobre a comissão técnica: os números estão corretos? As pessoas estão qualificadas? Remuneradas de acordo? Vale para comissão, DM (departamento médico), ver o que deu certo, errado, e no fim do ano decidir quem fica e quem sai. Não adianta falar agora que vamos tirar A ou B – disse Wallim, em entrevista à Rádio Globo, no último domingo.

Antes de pedir demissão, Mano Menezes reuniu-se com Wallim e Pelaipe pelo menos duas vezes, indicou nomes de possíveis reforços e de atletas que não estavam nos planos. Com a saída repentina do treinador, é preciso recomeçar.

Pelaipe, que viveu seu momento de maior pressão no clube no mês passado, logo após a saída de Mano, tem seu futuro indefinido, mas trabalha normalmente. O diretor suportou o risco de demissão e em nenhum momento cogitou sair, apesar de Wallim ter “sugerido” que ele se afastasse do cargo depois da derrota por 4 a 2 para o Atlético-PR, no Maracanã. Com a melhora da equipe no Brasileiro, o divórcio não ocorreu, mas pode ter sido apenas adiado.

Pelaipe é responsável pelo futebol, mas seu poder é limitado pelas decisões e vetos da cúpula do clube que, além de Wallim, conta com o vice-presidente de marketing, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, e Rodrigo Tostes, vice financeiro. Foi a cúpula que vetou, por exemplo, a contratação de Fagner - que, depois de apalavrado com o Flamengo, acabou fechando com o Vasco. O diretor também esbarrou na falta de dinheiro e de flexibilidade da diretoria para concretizar outras contratações. Foi o caso da tentativa de contratação de Emerson Sheik. Depois de oferecer ao atacante o mesmo salário que ele receberia no Corinthians, o Flamengo não aceitou contratá-lo por dois anos, e o jogador fechou a permanência no Timão por um ano e meio.

Desgastado, Pelaipe ainda conta com forte aliado: Bap, principal responsável por sua contratação. Outra peça ganha corpo nesse xadrez: Plínio Serpa Pinto, que substituiu Flávio Godinho na pasta de relações exteriores, começa a ter interferência no futebol e tem estado muito próximo de Wallim. Plínio conta com apoio do ex-presidente Kleber Leite, tem acompanhado de perto os bastidores do clube e é elogiado por Pelaipe como um profissional que entende de futebol. Caso Pelaipe deixe o clube, o que é muito provável, Plínio pode assumir o papel de escudo que o vice de futebol Wallim Vasconcellos está prestes a perder.

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