As obras de ampliação do Estádio Olímpico João Havelange para
os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016, de 45 mil lugares para 60
mil, não serão mais permanentes. A prefeitura carioca optou por erguer
estruturas temporárias e, com esta decisão, passou a conta para o Comitê
Organizador dos Jogos, que terá de arcar com a reforma.
As obras
que iriam fechar permanentemente o anel do Engenhão foram orçadas, em
2009, em US$ 41,2 milhões ou R$ 82,4 milhões – com a cotação do dólar a
R$ 2. Em números atualizados, erguer os 15 mil lugares custaria R$
102,09 milhões.
A obrigatoriedade de que os 15 mil novos lugares
no Engenhão fossem permanentes está fixada no dossiê de candidatura do
Rio para ser a sede dos Jogos de 2016. Na página 27, do volume 2 do
documento, está escrito: “Nas instalações onde modificações
significativas se fazem necessárias e onde existe um legado definido,
essas intervenções serão de caráter permanente. Um exemplo é o Estádio
João Havelange, onde a expansão da capacidade para 60.000 lugares – uma
evolução já contemplada no projeto original – será um legado positivo”.
De
acordo com a Empresa Olímpica Municipal (EOM), a prefeitura do Rio
desistiu de fazer a ampliação permanente por julgar desnecessária. Um
estudo técnico realizado pelo município constatou que, com a reforma do
Maracanã, dotar o Engenhão de 60 mil lugares fixos seria desperdício de
dinheiro.
Como o valor gasto com instalações temporárias saem do
orçamento do Comitê Organizador dos Jogos Rio-2016, caberá à entidade
erguer a nova estrutura e não mais a prefeitura. Empresas de estruturas
temporárias consultadas pelo LANCE!Net estimaram em cerca de R$ 30 milhões o valor das obras.
O
Comitê Rio-2016 confirmou estar ciente da mudança e já iniciou os
estudos para erguer os 15 mil lugares temporários no Engenhão, que
receberá as disputas de atletismo nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
PREFEITURA ABRIU MÃO DO ENGENHÃO EM 2007
Após
gastar cerca de R$ 400 milhões para erguer o Engenhão, em 2007, para a
disputa dos Jogos Pan-Americanos, a prefeitura do Rio optou por repassar
o estádio à iniciativa privada. Durante a licitação, apenas o Botafogo
se apresentou para a disputa e ganhou o direito de, por 20 anos,
permanecer no local.
Esse período foi fixado porque o município
ergueu o estádio em um terreno do Estado, que cedeu o local à prefeitura
por 25 anos. O edital também determinou que, caso a prefeitura
precisasse do Engenhão para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Rio-2016,
o Botafogo deveria liberá-lo sem contestação.
Para ficar com o
Estádio Olímpico João Havelange, o Botafogo ofereceu à prefeitura um
aluguel de R$ 36 mil mensais, além de arcar com os custos de manutenção,
estimados à época, em R$ 400 mil mensais. Em números atualizados, o
gasto mensal com o aluguel é de R$ 48 mil e, manutenção, R$ 570 mil.
A reforma do Engenhão:
Por que ser permanente?
O dossiê de candidatura do Rio para receber os Jogos de 2016 especificou que os lugares permanentes no Engenhão seriam um legado para a cidade e já estavam previstos no projeto original.
O dossiê de candidatura do Rio para receber os Jogos de 2016 especificou que os lugares permanentes no Engenhão seriam um legado para a cidade e já estavam previstos no projeto original.
Custo da obra permanente em 2009
Pelo dossiê de candidatura do Rio, as novas arquibancadas que fechariam o anel do Engenhão sairiam por R$ 82,4 milhões.
Pelo dossiê de candidatura do Rio, as novas arquibancadas que fechariam o anel do Engenhão sairiam por R$ 82,4 milhões.
Custo da obra permanente em 2012
Em números atualizados pelo IGP-M, o valor da ampliação seria de R$ 102,09 milhões.
Em números atualizados pelo IGP-M, o valor da ampliação seria de R$ 102,09 milhões.
Custo da obra temporária
Fechar o anel do Engenhão, com 15 mil assentos temporários, custará cerca de R$ 30 milhões.
Fechar o anel do Engenhão, com 15 mil assentos temporários, custará cerca de R$ 30 milhões.
Qual o porquê da alteração?
A prefeitura do Rio, após realizar um estudo, concluiu que realizar a ampliação permanente seria um desperdício de dinheiro para dotar a cidade com outro estádio de grande capacidade, por causa da modernização do Maracanã.
A prefeitura do Rio, após realizar um estudo, concluiu que realizar a ampliação permanente seria um desperdício de dinheiro para dotar a cidade com outro estádio de grande capacidade, por causa da modernização do Maracanã.
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