Renato Santos
chega para a entrevista com passos firmes numa caminhada pelo calçadão
da orla da Barra da Tijuca. É sempre assim. Na vida profissional ou
pessoal, ele diz que está sempre preparado para cada passo que vai dar e
para o que vai encontrar lá na frente. Mas não está sozinho. O
relacionamento com a esposa Verônica começou há nove anos e é a sua
base. É com ela que ele divide sucessos e fracassos.
- É meu anjo – resume.
Um anjo que ensina. A professora de educação infantil incentivou o marido a traçar uma meta cultural:
- Ler dois livros por mês. Mas ainda estou levando um mês, um mês e
meio, para cada livro. Procuro os de autoajuda ou os que combinam com
algum momento que estou vivendo.
Renato Santos caminha com passos firmes no calçadão da Barra (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
- Espero sempre o bom e o ruim. Vim preparado para a situação ruim do
clube, mas fiquei muito feliz com o que veio de bom. Só tenho a
agradecer ao Flamengo por tudo que estou passando. Nós passamos por essa
dificuldade de risco de rebaixamento, uma situação complicada, mas a
vida é feita de oportunidades e de como você as aproveita. Já superei
situações piores e não seria essa que eu não superaria. Vou trabalhar
com dedicação até o último jogo, pois o ano que vem vai ser muito
importante. Ainda não conheço o meu melhor.
Antes de vestir a camisa 83 do Flamengo, o defensor passou por outros
dez clubes, entre eles o Corinthians e os portugueses Boavista e
Penafiel. O início foi no Vitória, onde ficou de 1999 e 2003. Aliás,
Renato Santos era atacante quando chamou a atenção do clube baiano.
- Estava num clube de São Bernando do Campo-SP e jogava no ataque. O
Vitória me viu e gostou do meu porte físico. Me contratou como atacante,
pois tinha estatura (1,87m), físico ideal. Um dia não tinha zagueiro e
fui lá para trás. No início sofri muito, já que tentava alguns dribles
que não davam certo (risos). Tinha que ser mais simples. Essa téncica me
ajuda hoje no domínio, tomada de bola.
Um 2013 de cobranças
O Flamengo encerra sua participação ruim no Brasileirão contra o
Botafogo, neste sábado, às 19h30m (de Brasília), no Engenhão. Será
apenas o décimo jogo de Renato Santos pelo clube. Com ele em campo, o
time sofreu sete gols em nove jogos. O zagueiro fez apenas seis faltas e
tomou um cartão amarelo, o primeiro dele na temporada. Contratado junto
ao Avaí, ele acredita que conseguiu agradar e surpreender muita gente.
- Quando você tem o desconhecido pela frente, se assusta e se contrai
um pouco. Quando cheguei, muita gente desconfiava por ver um jogador de
Série B no Flamengo. Tive a felicidade de o time melhorar com minha
chegada, a do Cleber Santana e a do Wellington Bruno. Nessa reta final o
Flamengo conseguiu crescer um pouco.
Não o suficiente para dar orgulho aos torcedores. O Rubro-Negro tem
apenas a 11ª posição, com 49 pontos. Em 2013, terá de dar respostas.
- É certo que a cobrança vai ser maior. A cada dia, a cada ano, o
Flamengo sempre vai ser mais cobrado. Ainda mais depois de um ano ruim. É
uma coisa normal. Sem cobranças as pessoas se acomodam, o clube se
acomoda. Ano que vem vou me dedicar mais ainda para ajudar o Flamengo.
O jeito sereno, de fala pausada, em nada combina com o que Renato
Santos mostra nas correntes antes das partidas. Na preparação para rumar
para o campo com os companheiros, pede a palavra e fala grosso.
- Me concentro muito para cada jogo, me dedico ao extremo. Antes do
jogo, naquele momento da roda, você tem que se transformar num guereiro
que está indo para a batalha. Tem que disputar como se fosse a última
coisa da vida. Naquele momento vale estar mais ligado, mais aguerrido.
Se relaxar, acaba surpreendido. Tem que dar uma injeção de ânimo, o time
precisa.
Renato sabe do que ele precisa: trabalho, trabalho e mais trabalho.
- Sempte traço metas e a minha meta é a Seleção. Todos os dias farei o
possível para alcançar o melhor. Quero fazer com que o Flamengo tenha
sempre a melhor defesa. Quero ter história no Flamengo, ficar marcado
por títulos e vitórias.
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