domingo, 9 de setembro de 2012

Zinho diz que Z-4 assusta: 'Estamos preocupados com a turma de baixo'



O Flamengo procura explicações para a má fase. Sem vencer há cinco rodadas no Brasileirão e com três derrotas nos últimos três jogos, o time parou nos 27 pontos, ocupa apenas a 13ª posição na tabela e está em crise - tem um jogo a menos. Na volta ao Rio neste domingo, após o revés por 3 a 0 diante do Coritiba, o diretor de futebol do clube, Zinho, reconheceu que de algumas rodadas para cá passou a olhar mais para a zona rebaixamento do que para o G-4. Hoje, o Rubro-Negro está a 12 pontos da área de classificação da Libertadores e sete à frente do Palmeiras, que abre o Z-4.

- A gente não está bem nesse momento, mas a gente se reergueu com a chegada do Dorival. Demos uma arrancada boa e até sonhamos chegar ao G-4. Hoje estamos preocupados com a turma de baixo. Nada melhor do que se calar e trabalhar muito, aceitar a cobrança, a pressão, é normal. O torcedor tem que ficar preocupado, chateado, e cobrar mesmo. E nós temos que trabalhar muito, os jogadores em campo precisam desempenhar o melhor futebol para que o Flamengo volte a reencontrar o caminho da vitória. É um trabalho em conjunto, estou muito chateado, muito preocupado com o momento, mas sabendo que a gente teve um momento bom na competição, então podemos voltar a ter. É ter a cabeça no lugar, aguentar a pressão, a cobrança. Tem que ter personalidade para aguentar isso e assumir a responsabilidade, cada um fazer a sua parte. A gente está deixando a desejar, por isso os resultados não vieram.

Zinho partida Flamengo jogo Coritiba (Foto: Joka Madruga / Ag. Estado) 
Zinho cabisbaixo no Couto Pereira, após terceira derrota seguida do Fla (Foto: Joka Madruga / Ag. Estado)
 
O dirigente lista justificativas para o momento crítico, inclusive ligadas diretamente ao trabalho dele.

- Todo mundo tem parcela de responsabilidade pelo rendimento ruim nesse início de segundo turno. Estava tudo caminhando dentro daquilo que a gente estava organizando, valorizando os jogadores mais jovens, a chegada do Dorival foi muito boa para essa mudança de atitude. A sequência de resultados ruins gera intranquilidade, a falta de confiança. Sabemos que não temos o melhor time do campeonato, mas também não temos o pior. Cheguei para começar o campeonato, e você formar uma equipe, montar um elenco dentro do campeonato, não é o correto. Por isso estamos oscilando. A gente credita isso também a perda de vários jogadores. Perdemos o Cáceres para a seleção paraguaia, perdemos o González (convocado pelo Chile). O Airton se machucou, o Renato se machucou. São jogadores mais experientes, com mais personalidade para segurar o momento difícil. São várias situações. Falta mais qualidade? Falta. Mas também a gente tem que ser coerente. A análise do torcedor, de nós da direção, dos próprios jogadores, é de que várias situações fizeram desse início de segundo turno ruim.

Zinho acha que até o afastamento da equipe do Engenhão prejudica o time. Os dois jogos que fez como mandante no returno, contra Sport e Ponte Preta, foram disputados no estádio Raulino de Oliveira. O diretor também admite que jogadores importantes da equipe não estão rendendo o esperado.


- Iniciamos o segundo turno jogando fora da cidade do Rio de Janeiro. Volta Redonda é um lugar legal e tal, mas você viaja. Isso é ruim para a equipe. Jogamos o segundo turno todo fora da cidade do Rio de Janeiro e com desfalques, o Dorival nunca montando a mesma equipe. Isso atrapalhou um pouco aquilo que estava sendo formado na reta final do primeiro turno. E a queda de produção de jogadores importantíssimos que não estão jogando tudo que podem jogar. Isso é creditado a uma pressão, uma cobrança, falta às vezes personalidade, confiança, mas eu estou acreditando que com trabalho, empenho, com a união desse grupo, vamos conseguir a recuperação. Não podemos arrumar culpado num momento em que as coisas não estão bem.

Dorival Júnior tem o respaldo do dirigente, apesar de os resultados serem piores que o do antecessor. Com igual número de partidas, o aproveitamento da equipe com o treinador é inferior ao de Joel Santana.

- Não é momento para falar disso (risco de demissão). Mesmo porque estava tudo andando bem. Então nós também estamos nos mexendo para buscar, dentro da medida do possível, reforços. A grande dificuldade que eu tive de buscar a contratação, o jogador. A gente continua trabalhando nesse sentido. O torcedor tem que entender isso. Estamos buscando jogadores para ajudar. A luta vai continuar, o trabalho vai continuar, não vamos nos entregar em momento algum, mesmo porque o campeonato ainda está aberto.

Momento negativo não vai antecipar volta de Adriano

Apesar de reconhecer que o momento é de crise, Zinho descarta acelerar o processo de recuperação do atacante Adriano. O Imperador tem evoluído nos treinos, mas ainda não tem precisão de estreia.

- Acho que o Adriano tem que voltar quando estiver inteiro, em condições. Colocar o atleta sem condições, de uma forma que ele não renda, que seja ruim para ele e para o desenvolvimento da equipe, não adianta.

O Flamengo volta a jogar na próxima quarta-feira, contra o Santos, na Vila Belmiro. Os jogadores estão de folga neste domingo, inclusive Adriano, e vão retomar os treinos na tarde desta segunda, às 15h, no Ninho do Urubu.


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