Felipe, Léo Moura, Welinton, Frauches e Ramon; Muralha, Ibson, Luiz Antonio e Mattheus; Adryan
e Vagner Love. Foi este o time que Dorival Júnior escalou no último
coletivo do Flamengo e que deve ir a campo na partida contra o Santos,
nesta quarta-feira, às 22h, pela 24ª rodada do Brasileirão. Uma parte do
resultado do trabalho de base do clube estará no gramado da Vila
Belmiro. Dos 11 titulares, sete são crias do Rubro-Negro. Welinton,
Frauches, Muralha, Ibson, Luiz Antonio, Mattheus e Adryan surgiram nas
categorias inferiores. Ibson e Welinton são de gerações mais antigas. Os
demais são contemporâneos e apareceram a partir da conquista da Copa
São Paulo de Futebol Júnior, no início de 2011.
Adryan
e Muralha se enfrentam em coletivo do Fla, mas vão jogar juntos nesta
quarta-feira: crias da base rubro-negra (Foto: Fernando Azevedo / Fla
Imagem)
A temporada tem sido um teste e tanto para as promessas do clube. Em um
ano apinhado de problemas, os garotos viram e viveram duas trocas de
treinador (Vanderlei Luxemburgo e Joel Santana foram os antecessores de
Dorival), eliminações precoces na Libertadores e no Carioca, e saída
traumática de Ronaldinho Gaúcho, até então a referência do time. Hoje,
tentam ajudar a equipe a melhorar uma campanha abaixo da crítica no
Campeonato Brasileiro. O Rubro-Negro é apenas o 13º na tabela, com 27
pontos – tem um jogo a menos.
A rotina é de altos e baixos. Nas tentativas de Dorival Júnior de achar
o time ideal, os garotos são os que mais rodam. Ora titulares, ora
reservas, ora nem relacionados. A cobrança só cresce. Na última
segunda-feira, a presidente Patricia Amorim avaliou o momento das
revelações do clube. A mandatária vê os garotos preparados para lidar
com responsabilidades maiores, disse que eles também serão cobrados e
assegura que o clube está preparado para dar suporte.
- A nossa preocupação desde o primeiro dia que entrei, em janeiro de
2010, era trabalhar na formação. Mesmo que a nossa base não ganhasse
campeonatos, ganhou uma vez (a Copinha de 2011), o mais importante era
formar jogadores e que eles fossem aproveitados para o profissional.
Hoje eles são nossos. E a gente tem que trabalhar com esses meninos,
fazer com que eles joguem como podem. Se não derem conta, a comissão
técnica tem que avaliar. Temos elementos para sustentar alguma situação
difícil para algum jogador mais novo. São formados aqui, estão
preparados, são profissionais. Eles têm condição de aguentar e têm de
aguentar a pressão. Ou então pedem para sair. Mas não acho que é o caso.
Eles querem jogar no Flamengo e podem jogar. É uma cobrança nossa, da
diretoria, do torcedor. Isso vai vai acontecer. Eles também se cobram
muito.
Coordenador vê os garotos preparados
Coordenador das divisões de base do clube, Carlos Noval ressalta que a
ligação com o futebol profissional tem sido muito proveitosa. Segundo
ele, existe abertura com o diretor de futebol do clube, Zinho, e com o
vice de futebol Paulo César Coutinho. Noval considera a integração
total, desde o momento que o jovem é chamado para a categoria principal e
durante a fase de adaptação à nova realidade.
- As cobranças são feitas em conjunto. O garoto vai subir e eles
perguntam o que achamos, as características. Há essa ligação, o diálogo.
Mas a partir do momento em que estão no profissional é um trabalho do
treinador e do Zinho com eles. Estamos à disposição para ajudar em caso
de qualquer problema. Conversamos muito com os jogadores antes da subida
para o profissional, avisamos que a postura tem que ser diferente.
Noval entende que as oscilações são aceitáveis e naturais, mas vê em
todos os atletas mais jovens do grupo principal as condições necessárias
para lidar com as dificuldades provocadas pela má fase da equipe.
- São garotos, mas eles mesmos falam que no Flamengo a pressão começa
na base. A cobrança já existe por ser um clube grande, por buscar
resultados. Eles têm que assumir essa parcela de responsabilidade, têm
que saber lidar com isso. Alguns lidam melhor, outros não. Depende muito
da preparação mental deles. Acho que têm condições para isso. Se estão
lá, têm plenas condições de reverter um quadro difícil. Temos psicólogo
nas categorias de juniores para baixo. A psicologia no esporte tem que
estar sempre junto. É um trabalho feito diariamente, um acompanhamento
de todos os treinos, até porque eles têm problemas familiares. Isso é
muito importante para a preparação dos atletas, para que eles subam
preparados para lidar com todo tipo de situação.
O coordenador Carlos Noval, ao centro (Foto)
A situação do time é muito ruim. O Rubro-Negro não vence há cinco
rodadas e perdeu as três últimas partidas no campeonato. Está apenas
cinco pontos à frente da zona de rebaixamento. É com a mistura da
experiência com o sangue novo dos mais jovens que o Flamengo tenta
retomar o rumo.
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