sexta-feira, 6 de abril de 2012

CBF orienta árbitros a evitar dar cartão e proíbe entrevistas

A ordem da comissão nacional de arbitragem da CBF para 2012 é diminuir os cartões aplicados. Documento enviado às federações e aos árbitros cita palavras fortes, como covardia, para atitudes que devem ser evitadas, como expulsar jogadores por conveniência.
Essa e outras 25 orientações estão no documento intitulado "Critério, Coragem e Repressão à Violência", produzido pela comissão após treinamento e debate de profissionais da área entre 23 e 25 de fevereiro, na Granja Comary, em Teresópolis (RJ). 

Segundo Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da CBF, a publicação das orientações é novidade na entidade e segue recomendação do novo presidente, José Maria Marin. 

Também foi confirmada a proibição de entrevistas sobre questões técnicas e disciplinares de um jogo. O "cala a boca" já era uma ordem da comissão, que agora oficializou a regra. Houve a inclusão, na orientação número 4, da proibição de citar nomes de clubes, jogadores, técnicos e dirigentes em palestras. 

ATITUDE 'COVARDE'
 
Chama a atenção o pedido para evitar cartões em lances normais. Na orientação 9, que explana sobre a advertência com o amarelo, a comissão de arbitragem critica a técnica de "segurar" a partida. 

A teoria é que alguns árbitros aplicam o amarelo em jogadas não violentas, no início, para evitar problemas de disciplina quando o confronto esquenta, mais no final. 

A CBF chama de "covarde" a atitude de um árbitro quando ele expulsa dois jogadores envolvidos em uma confusão, sendo que um deles fez uma falta normal, mas foi agredido de maneira brutal como forma de revide pelo outro. 

A comissão diz que expulsar um de cada time, no exemplo citado, é solução de problema para o árbitro (evita reclamações) e diminui sua autoridade na partida. 

O árbitro-assistente Roberto Braatz, que esteve na Copa de 2010, participou do grupo de discussão em Teresópolis e acha que o documento normatiza regras que já eram passadas. "Serve para ter parâmetro para uma cobrança." 

Presidente da Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol), Marco Antônio Martins não leu as orientações e evitou comentá-las. 




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