No dia 23 de agosto de 2009, Rômulo ganhou uma chance como titular do
Flamengo. Na ocasião, derrota por 3 a 0 para o Avaí. Mas naquele mesmo o
ano o time conquistaria o Campeonato Brasileiro. Talvez, se não ajudou
no título, o volante pode dizer que participou de um capítulo triste,
mas na história que teve final feliz. Assim é como ES escreve a vida de
Rômulo Noronha, entre alegrias e decepções.
Em 2007, tendo Joel Santana como treinador, ele foi titular em 17 jogos
até que sofreu lesão no joelho direito, perdeu a vaga, deixou o clube,
rodou por alguns times e voltou no início do ano, mas sem saber seu
destino.
Rômulo está relacionado para o Fla-Flu deste domingo (Foto: Janir Junior / Globoesporte.com)
Depois de treinar com juniores e dar até palestra para os mais novos,
Rômulo, 25 anos, está relacionado para o Fla x Flu deste domingo. Ele
agradece a Deus. E também a Joel.
- Aqui no Flamengo é onde sou bem tratado. As pessoas me conhecem,
sabem do meu caráter, da minha índole. Acredito que aqui seja o meu
lugar. Não estou porque sou bonzinho, ou só um cara legal. Comecei no
clube aos 13 anos, hoje eu tenho 25, metade da minha vida ligada ao
Flamengo. Neste começo de ano, tive palestra com a divisão de base, pude
falar da minha história. Treinei um mês com os juniores, falei da minha
realidade, posso ser exemplo de superação. É muito gratificante.
Primeiro agradeço a Deus. Estou muito feliz, é uma história muito
bonita, mas que não terminou – afirmou Rômulo.
Na bela e triste história de Rômulo, Joel Santana tem papel
fundamental. Em 2007, quando o técnico chegou ao clube, o volante se
tornou titular absoluto em 17 partidas. Mas, em outubro daquele ano,
tendo o Vasco como adversário, ele rompeu o ligamento anterior do joelho
direito e ficou afastado por seis meses. Perdeu a vaga e acrescentou
alguns dramas à sua história.
- No momento da lesão, estava há 17 jogos como titular. O time estava
bem encaixado. Para voltar, vi que estava cheio de volante, muitos
jogadores. No Flamengo, as coisas não são para hoje, e sim para ontem.
Você tem que estar sempre muito bem. Fui para o Paraná e meu joelho não
resistiu. Fui para o Figueirense, voltei, tomei outra pancada do joelho,
mas ainda participei de um jogo quando fomos campeões brasileiros em
2009. Depois, fui procurar meu espaço – recordou Rômulo.
Depois das passagens por Paraná e Figueirense, o joelho direito virou
um ponto de interrogação. Assim como o futuro do jogador, que no ano
passado defendeu Atlético-GO e ABC. Em janeiro, voltou ao Flamengo, foi
preterido por Vanderlei Luxemburgo, treinou com juniores e entendeu a
chegada de Joel Santana como uma intervenção divina.
- Acredito em Deus. Em janeiro, tinha propostas para ir para outros
clubes. Perguntava a Deus, queria uma direção, o pastor dizia para eu
ficar, mas era difícil visualizar. Treinava com os juniores, o time
disputando Libertadores, não fiz pré-temporada, um monte de gente na
minha frente... Aí o Joel Santana assume e eu digo: “meu Deus, que Deus é
esse...” Se tenho casa, muitas coisas, agradeço a Deus e ao Joel, ele
me ajudou muito. Agradeço pela minha família – disse Rômulo.
Depois de um ano e meio longe do Flamengo, um gesto simples mexeu com o volante.
- Só de colocar o meião do Flamengo foi uma felicidade enorme. Olhar,
ver onde eu estou de novo... É inexplicável, nem consigo descrever o
sentimento de estar aqui - afirmou Rômulo, que tem contrato até o fim do
ano e guarda alguns desejos para sua história sem fim - Quero ser útil,
e não apenas mais um. Desde os 13 anos fui capitão do Flamengo, do
mirim aos juniores. Quero ser como Léo Moura. Tenho uma história e não
quero que termine assim.
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