Torcedor folcórico tem em todo lugar. Em Itaitinga, município de
Fortaleza, um Golzinho branco, ano 91, despontou nas ruas de terra
próximo ao local de treino do Flamengo. Ao volante, Delcarmen Freire,
torcedor fanático do Rubro-Negro, do tipo que tem escudo tatuado no
braço, chaveiro, chinelo, boné, 54 camisas e peruca com as cores do time
de coração. No som do carro de 20 anos, narrações de gols lembravam a
conquista do hexacampeonato brasileiro, em 2009. No carro, uma televisão
acoplada no porta-malas, estofados vermelho e preto, adesivo de urubu
na lataria dianteira. Delcarmen engata a ré. É quando toca o hino.
- Sou Flamengo daqueles. Desde criança assistia ao Zico. Agora, o
Ronaldinho Gaúcho veio para completar a festa. Estou aqui para tentar
ver os jogadores de perto – afirmou Delcarmen.
Delcarmen: tatuagem, camisa, boné e carro rubro-negro (Foto: Janir Junior/Globoesporte.com)
Se no nome traz a junção de dois nomes, no coração, no Golzinho 91 e em casa a paixão é uma só: Flamengo.
- Tenho 54 camisas, quadros espalhados pela casa, tatuagem, cordão. E
olha só: engato a ré no carro e toca o hino – disse Delcarmen, enquanto
quase danificava a caixa de marcha para que o hino recomeçasse seguidas
vezes.
O torcedor estacionou o Golzinho em um dos portões do CT onde o
Flamengo treina na tarde desta quinta-feira. Quando o ônibus dos
jogadores chegou, o máximo que Delcarmen conseguiu foi acelerar o
coração com a proximidade dos jogadores, já que mal conseguiu enxergar
através dos vidros fumê.
Com o casal de filhos, Delcarmen deixou seu carro estacionado, mas não
quer que o Flamengo faça o mesmo diante do Ceará, neste sábado, às 18h,
no estádio Presidente Vargas.
- É vitória na certa - profetizou o torcedor.
Até os bancos são rubro-negros (Foto: Janir Junior/Globoesporte.com)
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