Nem o mais otimista dos rubro-negros podia achar que a falta batida de
longe por Bottinelli, aos 41 minutos do Fla-Flu, entraria no único lugar
possível para sair o gol de empate que mudaria o rumo da partida. Antes
da cobrança, Thiago Neves questionou o argentino, dizendo que Vanderlei
Luxemburgo havia pedido para que cruzasse na hora. Foi quando Darío
Bottinelli, um jogador de poucas palavras, mostrou ter muita
personalidade, enfrentou o companheiro e garantiu que o gol de empate
sairia naquele momento.
- Eu disse ao Thiago que estava tranquilo e ia fazer o gol. Ele me
respondeu que estava muito longe e o treinador queria que eu jogasse a
bola na área. Então, voltei a dizer para que ele fosse logo festejar o
empate, porque ia ser gol - revelou Bottinelli.
Autor de dois gols em três minutos que mudaram a história do clássico,
Bottinelli, de volta ao estilo modesto, descartou o rótulo de herói do
jogo, mas garante que, antes mesmo de entrar em campo, sabia que não
seria um jogo comum.
- Não me considero o homem do clássico. Todos fomos importantes. Estou
feliz porque a nossa equipe ganhou. Quando entramos nesses jogos,
sabemos que vai ser diferente de todos os outros. O jogador sente isso
dentro de campo - afirmou.
Ainda pouco acostumado com a euforia da torcida do Flamengo após uma
vitória como a de domingo, Bottinelli achou graça da comparação com o
compatriota Lionel Messi, mas trata de botar o pé no freio.
- Eu preciso ficar tranquilo. Não podem me comparar com um jogador de
outra galáxia. Eu só ajudei o meu time, trato de me entregar ao máximo
por essas cores, como sempre fiz nos outros clubes. Essas comparações
para mim não existem mesmo (risos) - disse o argentino.
Gols dedicados aos familiares e companheiros
No Flamengo desde o início da temporada, Darío Bottinelli sempre
deixou claro que seus dois filhos e sua esposa são os alicerces que o
mantem firme no Brasil. Mas, além deles, o jogador fez questão de
dedicar os dois gols aos companheiros, que, para ele, foram fundamentais
em sua adaptação.
- Sempre dedico meus gols aos meus filhos e minha esposa. Mas também
quero dedicar aos meus companheiros que são minha segunda família aqui. É
com eles que vivo todos os dias no CT e nas concentrações. Sabemos o
que passa com a vida de cada um de nós ali - concluiu.
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