Vivendo sua semana dos sonhos, Bottinelli quer mais do que somente o
brilho intenso do Fla-Flu do último domingo. Herói do clássico com dois
gols, o argentino visa colocar um ponto final nos altos e baixos que
marcam sua passagem pelo Flamengo e projeta manter uma regularidade que o
recoloque entre os titulares. A evolução passa diretamente por pelo
maior problema encontrado desde que chegou ao Brasil, no início do ano: a
adaptação.
Revelado pelo San Lorenzo e com passagens pelo futebol do México e do
Chile, o argentino admitiu que encontrou dificuldades nos gramados
brasileiros, mas garantiu que a evolução tem sido constante.
- Estou melhorando. É o que eu quero, sempre. A adaptação é difícil.
Botti justificou sua opinião apontando em quais fatores o futebol jogado no Brasil é diferente do restante da América Latina.
- Primeiro, pelo estilo de jogo. Depois, o fato de jogar sempre domingo
e quarta, sábado e quinta. Além disso, é difícil atuar nessa posição
aqui, porque o lateral sempre passa para o ataque. O meia fica perdido
em campo. Na Argentina, temos mais a bola nos pés. Tenho que superar
esses obstáculos.
Obstáculos que foram responsáveis por sua saída da equipe titular.
Membro de uma trinca de armadores escalada por Luxemburgo no início do
Brasileirão, com Thiago Neves e Ronaldinho, Bottinelli tem passado mais
tempo no banco de reservas do que em campo. Situação incômoda, mas que
não faz o “Frango” esmorecer.
- Sempre quero jogar. O Thiago falou (em entrevista) que queria atuar
comigo, e eu também quero jogar com ele, com o Ronaldo, com todos. Mas
são só 11, e o Vanderlei coloca em campo o que é melhor para o Flamengo.
A briga é difícil. Trabalho da melhor forma para que ele me veja como
um jogador que busca uma vaga no time. Todos são importantes. Não se
vence campeonato com 11, mas com os 30 que temos.
E o poder passar por cima dos problemas realmente parece ser algo que
Bottinelli encara com naturalidade. Sua melhor atuação com a camisa
rubro-negra aconteceu justamente após o pior momento, quando foi
substituído no intervalo da vitória por 2 a 1 sobre o América-MG depois
de cometer pênalti. Ele garantiu, por sua vez, que o episódio em momento
algum o abalou.
- Sempre tive a confiança do Vanderlei e de todos os meus companheiros.
Os jornalistas são especialistas em criticar os jogadores. É o
trabalho. Tudo bem. Mas faço o meu melhor. Sobre a falta contra o
América-MG, para um meia fazer pênalti é porque estava ajudando o time.
São consequências do jogo. Só que também fiz boas partidas. Contra
América-MG, Cruzeiro, São Paulo...
Contra o Palmeiras, quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), no Engenhão,
pela 29ª rodada, Bottinelli volta ao banco de reservas, mas pronto para
entrar e provar mais uma vez que a adaptação a cada dia que passa é um
problema menor.
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