Na má fase do Flamengo, Felipe se transformou no principal jogador do
time no Campeonato Brasileiro. Até mais do que Ronaldinho Gaúcho. O
goleiro, que havia se destacado na conquista do Carioca, em muitos
momentos evitou o pior para a equipe na sequência de dez partidas sem
vitória (cinco derrotas e cinco empates), recorde negativo do clube em
quatro décadas do nacional.
- Quando o goleiro aparece, as coisas não estão muito boas. Em uma
partida ou outra é legal, mas quando acontece em todos os jogos fica
preocupante. Mostra que a equipe está deixando a bola chegar, o que não
acontecia, pelo menos até o meio do ano. Mas goleiro está aí para ajudar
a equipe – disse.
O camisa 1 disputou todas as partidas do time na temporada. No
Brasileirão, sofreu 34 gols. O bom momento aumenta a expectativa dele
pela renovação de contrato. O vínculo atual, por empréstimo, termina em
31 de dezembro. Fosse um dirigente do clube, ele diz que já teria feito o
investimento.
- Teria me comprado no dia da minha chegada (risos).
O clube tem a opção de compra dos direitos federativos do atleta (ele
pertence a um grupo de empresários e 25% são do Bragantino).
- Houve algumas conversas, mas não foi nada resolvido. Até 31 de
dezembro dá para esperar, mas o ano vai acabando e não resolve. Vou me
concentrar nos 12 jogos que faltam para provar que eu mereço ficar.
Quando cheguei, sabia que tinha de encarar cada jogo como uma decisão,
pois tenho contrato curto. Até agora foi assim. Vou me dedicar ao máximo
para ajudar o Flamengo e depois quero fazer um contrato longo aqui. Fui
bem recebido, tenho o carinho de todos, me identifiquei com o clube.
No contrato de Felipe, assim como de todos os jogadores, há uma
cláusula que prevê rescisão em caso de problemas disciplinares. Uma
exigência da presidente Patricia Amorim a partir do caso Bruno. Antes da
contratação, a mandatária telefonou para o presidente do Corinthians,
Andrés Sanches, para se informar sobre o atleta (ele passou quase quatro
anos por lá). Não ouviu boas referências do dirigente do Timão, já que
ele e Felipe tiveram alguns desentendimentos.
Foi o técnico Vanderlei Luxemburgo quem bancou a chegada do goleiro e
convenceu Patricia. Passados nove meses, o Rubro-Negro pretende exercer a
opção de compra.
- Temos interesse e vamos trabalhar nisso – disse Patricia Amorim.
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