Desafetos declarados no período em que defenderam juntos o Flamengo,
entre 2000 e 2001, Petkovic e Edilson selaram a paz. A dupla brincou
muito e trocou provocações durante entrevista concedida pelo sérvio ao
baiano para o quadro "Edilson que o povo gosta", exibido semanalmente
pelo Globo Esporte Bahia. Eles conversaram em uma sala de cinema, onde
assistiram ao documentário "O Gringo", que retrata a história do craque.
Na primeira referência às dificuldades que tinham um com o outro na
Gávea, Pet não perdoou e lembrou a expulsão de Edilson durante o
primeiro jogo da decisão da Mercosul de 2001. Na ocasião, o baiano levou
o vermelho no etapa inicial do empate por 0 a 0 com o San Lorenzo.
- Não ganhamos a Sul-Americana (Mercosul) por sua culpa - disparou.
O Capetinha não deixou por menos e recordou um atraso do "ex-inimigo"
às vésperas da finalíssima, realizada somente no dia 24 janeiro de 2002 -
o governo argentino decretou Estado de Sítio no mês anterior e acabou
adiando a partida.
- É verdade, ele tem razão. Fui expulso naquele jogo, mas você chegou
atrasado na pré-temporada e ficou lá na Sérvia por um tempão - retrucou.
Pet alegou ter ficado 30 dias na Sérvia, mas realmente sempre retornava
após os demais no início de cada ano. O Fla terminou como vice-campeão,
sendo derrotado pelo San Lorenzo nos pênaltis após empate por 1 a 1 no
tempo normal.
Para enfim acabar com as rusgas, o Gringo destacou o entendimento que
tinham nos jogos, citando uma vitória por 4 a 0 sobre o Independiente,
em Brasília, pela mesma edição da Mercosul, em 2001.
- A gente se deu muito bem em campo, até mesmo depois de termos
discutido em Brasília. No dia seguinte, fiz dois passes para você marcar
os gols. Então isso é bom para ensinar à garotada: uma vez dentro de
campo, o que vale é a camisa e o clube. Depois do campo, a gente toma
uma e até briga, mas dentro dele fica tudo bem - garantiu,
equivocando-se mais uma vez. Na verdade, ele, que brilhou no duelo em
questão, deu três assistências para gols, mas apenas uma foi para o
Capetinha. As outras duas foram para o zagueiro Juan.
Edilson concordou com Petkovic, a quem inclusive chamou de amigo no
início da entrevista, e brincou, sendo prontamente corroborado pelo
ex-companheiro:
- A gente briga com nossas mulheres dentro de casa - disse, rindo muito.
- Todo dia! - exclamou o Pet.
Vitória
O Gringo também abordou seus tempos de Vitória, primeiro clube
defendido por ele no Brasil. Ele destacou a "história de pescador" que
ouviu de Valtércio Fonseca, à época dirigente do clube baiano, e se
divertiu ao lembrar de seu primeiro dia com a camisa do Rubro-Negro
local.
- Foi um sucesso. Cheguei da Espanha (onde defendia o Real Madrid) com
um jornal e a página de trás era toda dedicada ao Evaristo de Macedo,
meu técnico. Tinha um gol de peixinho dele. No dia seguinte, fui treinar
e mostrei para ele. O Evaristo começou a falar: 'Viu? Eu joguei bola!'.
Depois disso, ele me botou para jogar e me deixou em paz - completou,
mais uma vez após muitas risadas.
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