A ligação de alguns jogadores com o futebol é tão forte que, mesmo após
se aposentarem, continuam atuando no setor, seja como técnico,
auxiliar, dirigente, comentarista ou até mesmo empresário. Com Athirson é
um pouco diferente. Conhecido por passagem marcante pelo Flamengo, o
ex-lateral-esquerdo, que agora joga de meia, acertou recentemente com o
Duque de Caxias, que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro. No
entanto, mesmo ainda em atividade aos 34 anos, ele já ingressou em outra
carreira paralela: a de empresário de jogador de futebol.
Cansado, Athirson (dir) encerra mais um dia de treinos no Duque (Foto: Ivan Raupp / GLOBOESPORTE.COM)
Entre 2008 e 2010, Athirson aproveitou sua passagem pela Portuguesa
para passar a exercer a segunda função. Junto com seu empresário Fábio
Buratta, passou a gerenciar a carreira de três atletas, dos quais apenas
o goleiro Lúcio permaneceu na equipe paulista. Os outros são os
laterais-esquerdos Fabrício, do Internacional, e Romano, hoje no Avaí.
- Eu entro mais com o meu nome, ajudando. Enquanto eu jogo, não tenho
muito tempo. A empresa é dele (Buratta), mas falo nossa empresa porque
temos um vínculo muito forte. Estamos começando. Pretendo mexer mais com
isso depois. Gosto muito e acho que tem muita gente que precisa ser
orientada dentro de campo e fora também. É um suporte para a pessoa.
Ídolo da torcida rubro-negra entre o fim da década de 1990 e o ínicio
dos anos 2000, ele revelou ter cogitado até um contrato de risco para
voltar ao Fla no início de 2011, mas a ideia foi recusada pela diretoria
do clube. E essa não é a única frustração na vida de Athirson, que
lamenta ainda não ter sido convocado para a Copa do Mundo de 2002:
- Abri mão de disputar uma Copa quando fui para o Juventus-ITA, em
2000. Era próximo de 2002, e vinha sendo convocado. Quando fui para a
Itália, isso me afastou um pouco da Seleção. E tentei voltar ao Flamengo
no começo do ano. Meu empresário solicitou que fizessem qualquer tipo
de contrato. Queria terminar minha carreira no Flamengo. Sou
rubro-negro, tenho muito carinho e respeito pelo clube. Qualquer
contrato, seja de R$ 1 mil, de R$ 500 por mês, já estaria bom. Para mim
era só assinar e terminar minha carreira lá junto dessa torcida que
sempre me apoiou.
O jogador estava sem clube nos últimos oito meses. As propostas, como
uma do América-RJ, foram todas recusadas. No mês passado, acertou com o
Bragantino. Porém, após menos de uma semana, disse ter sentido muita
falta da família e, por isso, voltou atrás:
- Até pensaram em levar minha família, mas não tinha como. Devolvi tudo
o que recebi. Financeiramente, não era algo que ia resolver minha vida.
Graças a Deus já tenho a vida adiantada nesse ponto. Só fico longe se
pintar uma proposta muito boa financeiramente.
Pelo Duque, Athirson ainda não estreou. Ele garante estar em forma, mas
ainda aguarda regularização na CBF. Se tudo correr conforme o esperado,
a primeira partida do atleta pelo time da Baixada Fluminense poderá ser
nesta terça-feira, a partir das 19h30m (de Brasília), contra o ASA, em
Volta Redonda. De certo mesmo é que o meia é mais uma esperança para
tirar o lanterna da Série B da grave situação em que se encontra. Até
agora, são apenas cinco pontos em 16 jogos, sem nenhuma vitória
conquistada.
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