segunda-feira, 9 de maio de 2011

Faltou gás no Bonde do Mengão


O Bonde perdeu o fôlego, segundo o preparador físico Antônio Mello. Depois de partir sem freio da primeira estação, passar embalado pela Taça Guanabara, chegar a diminuir o ritmo na Taça Rio, mas acabar partindo em linha expressa até o título estadual, veio a primeira parada: a derrota para o Ceará, quinta-feira. De acordo com o preparador, a situação de Thiago Neves, artilheiro da equipe na temporada, é reflexo do momento do time. Chegou a hora de recarregar as energias para não descarrilar de vez.

“O Thiago é a pura representação do que aconteceu com o Flamengo. Jogou quatro jogos decisivos e alcançou o ponto de cansaço máximo”, disse Mello sobre o camisa 7, que ontem, com dores musculares, treinou à parte no Ninho do Urubu, ao lado de Ronaldinho, que levou um tostão na coxa esquerda.

Mas não é só a falta de energia tem sido alvo das críticas da torcida. Principal condutor do bonde, Ronaldinho foi vaiado na derrota para o Ceará, não por pouco fôlego, mas pela carência de inspiração.

Até isso, no entanto, passa pela parte física, de acordo com Antônio Mello. Quando se fala em readaptação ao futebol brasileiro, o preparador se refere também ao ritmo de treino mais pesado do que aquele ao qual o camisa 10 estava acostumado na Europa.

“Eles são seres humanos. O Ronaldinho ficou 10 anos sem fazer coletivos e treinos físicos, só realizando trabalhos em campos reduzidos e jogando. É a escola europeia. Ele veio para cá, numa cobrança maior, com treinos mais duros... Teve um deslumbramento inicial na vinda, deu uma parada, e agora vai voltar a ser o que era”, disse Mello.

Embora tenha uma boa relação com os jogadores do Flamengo, o preparador físico evita alguns assuntos, como, por exemplo, o atual momento técnico do astro. No entanto, ele não deixa de falar sobre a evolução do jogador.

“Falo do peso, do percentual de gordura que baixou para 9,8 e sobre as suas qualidades físicas”, explicou Mello.


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