Andrade desabafou. Na entrevista coletiva do hexa, no Maracanã, o treinador falou sobre tudo que passou até chegar ao título, considerado por ele mais difícil do que os que conquistou como jogador. Ele disse que já tirou o terno do armário para receber o prêmio de melhor técnico da competição e ressaltou que a conquista já estava definida por Deus.
- Esse título estava escrito. Deus colocou a mão e disse que o Flamengo iria ser campeão... Acreditei nisso há uns 30 dias – afirmou Andrade.
Ao lado de Silas, ex-Avasí, e Celso Roth, que estava no Atlético-MG, ele disputa o prêmio de melhor treinador do Brasileirão, cuja cerimônia será nessa segunda-feira, no Rio de Janeiro. A confiança de que será escolhido em seu primeiro ano no comando do Flamengo é tão grande, que o técnico até brincou com a situação.
- Já tirei o terno do armário e mandei tirar a poeira, pois tem muito tempo que eu não usava. Vamos ver se ele ainda serve. Se não vou comprar outro – brincou.
Andrade é a primeira pessoa a conquistar seis títulos do Campeonato Brasileiro, cinco como jogador (quatro pelo Flamengo e um pelo vasco) e agora como treinador. De todos, ele considerou que o que ganhou fora do campo foi o mais complicado.
- Como técnico é bem mais difícil. Como jogador, você dá um pedaço de você mesmo. Como técnico, você fica com as mãos atadas. Óbvio que o técnico tem sua parcela de contribuição, pois escala o time, faz as mudanças, às vezes erra e às vezes acerta... Mas esse titulo é mais especial do que os da época de jogador – disse Andrade.
Logo em seguida ele desabafou contra quem duvidou da sua capacidade como treinador e também da força do Flamengo.
- Tem sabor especial. Muita gente não acreditava, disseram que eu não deveria assumir, que eu era incapaz, e provei o contrário para eles. Delair e Marcos Braz me deram a oportunidade e acreditaram em mim, mesmo depois de perder três jogos... Foram muitas críticas... Daqui para frente, espero que pensem diferente a meu respeito.
Ele ainda deixou claro que nunca temeu ser chamado de burro pela torcida rubro-negra.
- Estou aqui como representante daquela geração vencedora. Se o Zico não aceitou é porque tinha outras propostas. Eu aceitei sabendo que se você não fosse bem aqui, poderia apagar tudo o que fez no passado. Mas eu acreditei, pois sou uma pessoa altamente positiva e deu... Quando muita gente achou que o time iria brigar para não ser rebaixado, nós lutamos, houve uma superação e começamos a bater adversários que se diziam favoritos. Internamente, sempre acreditamos no título, mas não levamos isso a público. Quando perceberam, o Flamengo já estava na briga e aí já era tarde. Os outros que lamentem essa derrota agora. Esse time derrotou Palmeiras lá, São Paulo, Atlético-MG no Mineirão, Náutico lá... Conquistamos por merecimento – declarou o treinador.
Por fim, ele agradeceu às pessoas que o trouxeram de volta ao Flamengo. E elogiou o grupo.
- Pet não estava num bom dia. Adriano também não. É o que eu digo: a diferença quem faz é o grupo.
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