Apesar de ter feito contatos com Abel Braga e estudado nomes de estrangeiros para o cargo de treinador, a direção, seja em entrevistas coletivas ou em conversas informais, aprova a condução do técnico e o desempenho do time até o momento. Abordado pela reportagem do GloboEsporte.com após o jogo no Recife, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, preferiu nem ter o trabalho de responder sobre a efetivação ou não de Zé Ricardo.
- É só reproduzir a entrevista de domingo - disse.
No domingo, após o empate por 2 a 2 com o São Paulo em Brasília, ele encheu o interino de elogios, deu nota 11 ao trabalho, mas não cravou a efetivação. Manteve apenas o discurso de que o bom momento permite uma avaliação cautelosa sobre o futuro do cargo.
Os números de Zé Ricardo embasam as palavras de Bandeira. O novato supera o aproveitamento de nomes mais conhecidos que passaram pela Gávea na atual gestão. Casos dos medalhões Mano Menezes, Oswaldo de Oliveira e até do antecessor Muricy Ramalho, todos que demandaram altos investimentos do clube. Muricy, por exemplo, saiu com 57,7% de aproveitamento, mas apenas uma partida no Brasileiro - a estreia vitoriosa contra o Sport.
Com personalidade à frente do time, ele mantém no banco duas das contratações mais caras da temporada. Cuéllar e Mancuello são reservas da equipe. O técnico também mostra vertente pragmática ao trocar para renovar a equipe e sofrer menos riscos. Ou, sendo mais claro, adotar a estratégia de recuar para garantir o resultado. Sem qualquer constrangimento. No início do segundo tempo, ele tirou o atacante Felipe Vizeu, adiantou Cirino, e colocou Cuéllar, praticamente abdicando do ataque. Mas a defesa conseguiu segurar a vitória.
Não há, no entanto, previsão de anúncio de que o treinador será efetivado. A ideia é até tirar esta pressão de Zé Ricardo. O que ficou expresso nas palavras do diretor de futebol Rodrigo Caetano na apresentação de Mozer, novo gerente de futebol. Com um pouco menos da cobrança que um "dono" do cargo teria, Zé mostra tranquilidade para conduzir o Flamengo nas primeiras posições da tabela neste início de Brasileiro de 2016. Passado o momento de instabilidade, que veio com duas derrotas consecutivas - para Palmeiras e Figueirense -, Zé Ricardo vive a emoção de disputar o primeiro clássico no comando do time principal. O Fla-Flu de Natal, no domingo.
- Espero que possamos ser felizes no primeiro clássico. Nossa intenção é estar perto do G-4. Acho que vai ser uma grande partida. É uma emoção muito grande poder disputar mais uma partida no Campeonato Brasileiro - disse o treinador, a cada dia mais adaptado às entrevistas coletivas.
Confira os retrospectos dos nove treinadores anteriores a Zé Ricardo:
Dorival Júnior
10 jogos com Bandeira (7v/1e/2d)
Aproveitamento com Bandeira: 73%
Jorginho
14 jogos (7v/4e/3d)
Aproveitamento: 59,5%
Mano Menezes
22 jogos (9v/6e/7d)
Aproveitamento: 54,5%
Jayme de Almeida
50 jogos (27v/12e/11d)
Aproveitamento: 62%
Campeão da Copa do Brasil 2013 e do Carioca 2014
Ney Franco
7 jogos (3e/4d)
Aproveitamento: 14,2%
Vanderlei Luxemburgo
59 jogos (34v/11e/14d)
Aproveitamento: 63,8%
Cristóvão Borges
18 jogos (8v/1e/9d)
Aproveitamento: 46,2%
Oswaldo de Oliveira
18 jogos (8v/3e/7d)
Aproveitamento: 50%
Muricy Ramalho
26 jogos (13v/6e/7d)
Aproveitamento: 57,7%
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