Sem faturar o que calculava quando assinou contrato com o Maracanã, o Flamengo vai deixar para o próximo presidente – Eduardo Bandeira de Mello tentará a reeleição contra o ex-aliado Wallim Vasconcelos e Cacau Cotta
em 7 de dezembro – dívida de R$ 26,4 milhões com o consórcio que
administra o estádio. É o resultado de um empréstimo feito no momento da
assinatura, em setembro de 2013, e de receitas com os jogos
insuficientes até para pagar os juros.
Quando assinou com o Maracanã, em 2013, o contrato que valeria de janeiro de 2014 a dezembro de 2016, o Flamengo
tomou com o consórcio um empréstimo de R$ 27 milhões. Era um momento
delicado para as finanças no primeiro ano da gestão de Bandeira de
Mello. O dinheiro seria pago com 35% das receitas líquidas dos jogos do
time. A garantia é o contrato de direitos de transmissão firmado com a
Globo. Há juros de 165% do CDI – taxa adotada por bancos só para
negociações entre eles que norteia outras taxas no mercado.
O dinheiro gerado pelas partidas, no entanto, não foi suficiente para
quitar a dívida. Na realidade, não deu nem para pagar os juros, porque,
mesmo com os pagamentos do clube dentro do prazo combinado, a dívida
aumentou ao longo dos meses. O valor devido pelo Flamengo ao Maracanã
subiu de R$ 24,7 milhões em 31 de dezembro de 2014 para R$ 26,4 milhões
em 30 de setembro de 2015.
"As projeções de venda de camarotes e outros ativos não se confirmaram.
Porém essas vendas eram de responsabilidade do Consórcio Maracanã",
informou a diretoria do Flamengo a ÉPOCA.
O problema é que, se o empréstimo não for pago, o contrato será
estendido automaticamente. O futuro presidente, em 2016, terá de pagar
em um ano uma dívida que não pôde ser quitada em dois. O
Flamengo afirmou que "projeta liquidar o restante do empréstimo nos
prazos de vencimento, logo, sem a necessidade de renovação automática do
contrato". Se a verba levantada com o próprio Maracanã não for
suficiente, a cota de televisão poderá ser usada.
Procurado, o Maracanã afirmou que, "por força da cláusula de confidencialidade, não pode comentar nenhum aspecto do contrato."
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