Gols decisivos em clássicos, descontração nas comemorações e uma
boa dose de autoconfiança refletida em frases de efeito. Alecsandro
começou o Campeonato Carioca como reserva do Flamengo, mas desde a
primeira partida o destino parecia mostrar que estava ali um
protagonista. Autor do gol de empate com o Macaé, monopolizou os
holofotes ao terminar como goleiro, substituindo Paulo Victor. De lá até
a noite desta quarta-feira, convenceu na bola a Vanderlei Luxemburgo e
ao torcedor que merecia um lugar entre os 11. Na noite desta quarta-feira, entra em campo para
enfrentar o Nova Iguaçu, às 22h (de Brasília), no Moacyrzão, em Macaé,
como principal nome da campanha que pode terminar com o título da Taça
Guanabara – basta uma vitória. Se empatar, torce para o Botafogo tropeçar diante do Macaé.
Alecsandro divide com
Marcelo Cirino o protagonismo ofensivo, com nove gols na artilharia do
campeonato – ao lado de Fred, do Fluminense, e Rodrigo Pinho, do
Madureira –, mas a maneira como alcançou a marca faz a balança pesar para o
seu lado. O atacante foi determinante para as vitórias sobre
Fluminense e Vasco, que acabaram colocando o Flamengo na liderança, com
três gols, enquanto seu companheiro ainda não marcou contra os
principais rivais. Some isso ao carisma demonstrado nestes momentos e a torcida tem no camisa 9 o jogador rubro-negro mais
badalado da primeira fase do estadual.
Alecsandro comemora com um guarda-chuva após marcar contra o Vasco (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)
Diante
do Vasco foram dois gols. As capas de todos os jornais naturalmente já
estampariam o rosto do goleador, que deu uma forcinha aos editores
desfilando com um guarda-chuva em noite de temporal que alagou o
Maracanã e colocou em risco até mesmo a continuidade do jogo. Como se
não bastasse, Alecsandro ainda provocou o ex-time ao comentar sua
atuação em visita ao canal "SporTV", na segunda-feira seguinte:
–
O jogo mostrou nitidamente que o Vasco entrou com regulamento em baixo
do braço, mostrando uma postura de jogo, com aquele negócio que tem que
ganhar, tem que ganhar, tem que ganhar, tem que ganhar. Com o
Alecgol do outro lado, vai ser difícil.
Reserva
num ataque que inicialmente tinha Everton, Gabriel e Marcelo Cirino
como os preferidos de Luxa, Alecsandro foi certeiro nas oportunidades
que teve. Uma prova disso é que é o artilheiro com menos finalizações
entre os três que defendem clubes grandes, de acordo com o site
FootStats (que não inclui jogos entre pequenos). Foram somente 26
tentativas para chegar aos nove gols marcados, contra 33 de Cirino e 38
de Fred. A marca poderia ser ainda melhor se o 9 rubro-negro não ficasse
tanto em impedimento. Só no Fla-Flu foram dois gols bem anulados por
posição irregular, quesito no qual é o quarto no Carioca, em
oito ocasiões, atrás de Jobson (14), Cirino (11) e Everton (9).
A
constantes lesões que afligem o Flamengo neste início de temporada têm
tido influência direta na permanência de Alecsandro no time. Luxemburgo
já falou que em sua formação ideal será Marcelo Cirino o
atacante centralizado. Mas o camisa 9 tem
desempenhado bem seu papel. Depois de brilhar contra o Vasco, fez o
Fluminense de vítima e voltou a deixar a modéstia de lado ao comentar o
gol marcado com um toquinho na saída de Diego Cavalieri.
–
Ali é muito rápido, quando dominei para a frente, olhei para o Marcelo,
que parou. Quando ele parou, tive de esperar. Quando olhei, o Cavalieri
estava saindo. Tive que chutar para o gol. Foi um gol de muita
inteligência minha.
Alecgol tira onda de fotógrafo depois de fazer gol "inteligente" contra o flu (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)
Apesar do domingo também ter sido de temporal no Rio, Alec deixou de lado o guarda-chuva, mas voltou a celebrar com um acessório de um fotógrafo. Com uma câmera em mãos, clicou Cirino e Gabriel no gramado . Descontração que já está virando marca e que o atacante garante não ser premeditada. Já o crescimento em clássicos tem, sim, explicação:
–
Nos jogos mais importantes, meu poder de concentração aumenta muito.
Esse deve ser o segredo. A comemoração eu acabo decidindo na hora mesmo.
Não fico pensando nisso, o gol que pede a comemoração. A minha maior
preocupação é ajudar o time dentro de campo.
A
fase de Alecsandro neste Carioca é tão boa, que mesmo quando sequer toca
na bola, vira assunto entre os torcedores. Foi o que aconteceu na
vitória por 2 a 0 sobre o Bonsucesso, no Engenhão. Ao esquivar-se de
cruzamento de Anderson Pico para que a bola chegasse a Marcelo no
primeiro gol, teve a ação comparada a do personagem Neo, do filme
"Matrix". A brincadeira se espalhou pela internet e foi explorada pela
equipe que cuida das redes sociais do jogador. Não demorou muito para
que o gesto fosse batizado de "Alecmatrix", dando início a uma série de
palavras que tinham como base o prefixo "Alec".
Nesta quarta-feira, Alecsandro estará em campo para buscar o bicampeonato da Taça Guanabara pelo Flamengo, contra o Nova Iguaçu, às 22h (de Brasília), no Moacyrzão, em Macaé. Se vencer, será "AlecCampeão".
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