O
futevôlei é considerado uma forma de diversão para muitos jogadores de
futebol. A modalidade, no entanto, tem seu lado profissional, com
competições mundo afora. Além disso, serve como terapia e treinamento
para quem pretende se manter em forma mesmo nas férias, como o
zagueiro Samir, do Flamengo, de 20 anos, considerado uma das principais
revelações do clube nos últimos anos.
Samir transformou
o lazer em treinamento com a ajuda do preparador físico Flavio Velasco,
conhecido como Bombeiro, que trabalha com outros jogadores, como
Alecsandro e Thiago Silva. Depois de passar por uma temporada de lesões,
altos e baixos, o zagueiro prefere não perder tempo antes de se
apresentar no dia 5 de janeiro para o início da pré-temporada.
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Há uns sete ou oito meses que pratico futevôlei. Tive o incentivo dos
meus amigos, principalmente do Bombeiro. Ele disse que poderia
aperfeiçoar meus movimentos no campo e, pelo que pude perceber, ajudou
sim, como no gol que fiz contra o Atlético-PR - comentou Samir.
Flavio, Samir e Marcinho na partida de futevôlei (Foto: Thales Soares)
Nas
férias, o jovem tem aproveitado o tempo para praticar o futevôlei no
mínimo três vezes por semana. Durante o período de treinamentos, ele
evita. Segundo Bombeiro, a modalidade ajudou outros jogadores a
encontrarem novos caminhos e jogadas nos gramados.
- O Romário
treinou comigo e levou várias jogadas de futevôlei para o campo. Ajuda
nos fundamentos. É um modo de manter a forma na parte técnica e física -
disse Bombeiro, que é pai de Marcinho, de 15 anos, jogador das
categorias de base do Flamengo.
Consciente de que precisa
recuperar seu espaço no Rubro-Negro, Samir lamentou as lesões sofridas
durante a temporada. Na sua posição, o clube dispensou Chicão e
contratou Bressan, do Grêmio, por empréstimo. A concorrência segue
grande na posição. Este ano, ele disputou 39 jogos, sendo 38 como
titular, e fez dois gols.
- Tenho que levar um aprendizado
deste ano. Amadureci. Precisei aguentar a pressão quando algumas coisas
aconteceram na Libertadores (falha na derrota por 1 a 0 para o Bolívar,
em La Paz). Tive o apoio dos meus pais e amigos. Vou levar isso comigo
para 2015. A gente não pede para sofrer lesão, mas tem que ter uma
prevenção, que estou fazendo desde já para ser um Samir diferente em
2015 com mais sequência de jogos - afirmou o zagueiro.
Representante
das categorias de base do Flamengo, Samir carrega uma responsabilidade.
O clube vem tendo dificuldades para formar jogadores nos últimos anos.
Apenas quatro estão com espaço no time principal. Além dele, o goleiro
Paulo Victor, o volante Luiz Antonio e o atacante Nixon são jogadores
estabelecidos.
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Samir pratica futevôlei nas férias como forma de manter os exercícios (Foto: Thales Soares)
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Na base, alguns jogadores se perdem muito. Não têm objetivos traçados.
Quando se tem um objetivo, é melhor. Na minha época, vi jogadores que
não tinham aquele comprometimento, tesão de estar no profissional, e o
pessoal de cima sempre pergunta. Na Europa, se você for contratado, vão
ligar para saber seu comportamento, a vida no clube. Alguns pecaram por
isso, tinham qualidade para estar lá em cima, mas falta cabeça, suporte
da família, como eu tive. Tem que virar homem mais cedo, se não fica
para trás - afirmou.
A presença do técnico Vanderlei
Luxemburgo no clube é considerada por Samir um fator importante para o
seu desenvolvimento como jogador. Logo na sua chegada, em julho, já
recebeu um recado antes mesmo do primeiro treinamento sob o seu comando.
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Ele via os jogos, é flamenguista fanático, e deu muitas dicas. Via meus
erros e chegou cobrando. Falou sobre o meu posicionamento, disse que se
um dia quisesse ser um jogador de nível ainda teria que melhorar muito,
que não posso me contentar com pouco. Fico feliz em ter um treinador
como ele para minha carreira alavancar cada vez mais - comentou Samir.
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