Não
é só dentro de campo que o Flamengo tem encontrado dificuldades para se
encontrar no Campeonato Brasileiro. Fora das quatro linhas, em um
segmento que andou controlado desde o início da gestão Eduardo Bandeira
de Mello, o clube tem passado sufoco recentemente: o financeiro. Com o
pagamento das cotas de patrocínio da Caixa Econômica Federal bloqueado,
os salários dos jogadores estão atrasados desde o último dia 7 - quinto
útil do mês-, e o elenco não recebeu nenhum tipo de previsão para que
sejam quitados. O débito com quem recebe direito de imagens é ainda
maior, dois meses, além de dívida na ordem de R$ 5 milhões com
empresários.
Recentemente,
o Banco Central incluiu o Fla no Cadastro Informativo de Créditos não
Quitados do Setor Público Federal (Cadin) por irregularidades no
registro dos valores de negociações internacionais, no período entre
1990 e 1998, totalizando um débito de R$ 38 milhões. Porém, com juros, o
valor chega a R$ 80 milhões. Desta forma, a Caixa, por ser uma
instituição pública, não pode repassar dinheiro ao Rubro-Negro – deveria
pagar por mês R$ 2 milhões. De acordo com a diretoria, até que uma
solução seja encontrada para o caso, o clube fica de mãos atadas para
cumprir com seus compromissos no futebol.
No
total, a folha do departamento gira em torno de R$ 9 milhões - valor
que envolve dívidas antigas, categorias de base, staff, entre outros
compromissos. A remuneração dos funcionários está em dia. O mesmo, no
entanto, não vale para os jogadores. Levando em conta somente o elenco
atual, o gasto mensal é de cerca de R$ 5 milhões, montante que o
Rubro-Negro garante não ter condição de pagar. Já o grupo com dívida
mais alta é bem menor, e o GloboEsporte.com confirmou somente os nomes
de Felipe, Chicão e André Santos entre os que ainda têm o salário
dividido entre carteira de trabalho e direito de imagem.
Este
atraso é o mais longo desde o início da gestão Bandeira de Mello. O
próprio presidente admitiu que ainda busca entendimentos para solução da
nova dívida apresentada, mas revelou preocupação em não deixar que o
débito se estenda a outros ramos, como pagamento de impostos, mantendo o
Flamengo em dia com as obrigações para manter as Certidões Negativas de
Débito:
-
Estamos buscando alternativas. Alguns clubes tiveram este mesmo tipo de
cobrança e conseguiram provar na Justiça que era indevido. Podemos
partir para o mesmo caminho, mas todas as alternativas estão sendo
consideradas. O importante é que nenhuma dívida deixa de ser paga (...)
Estamos com esse problema, mas não deixamos de pagar um centavo de
imposto. Até para mostrar para torcida que damos o exemplo, mas também
para o Governo que não alteramos a filosofia.
Até
o momento, o elenco tem encarado de maneira compreensiva o problema
financeiro do Flamengo e não aconteceu nenhum tipo de questionamento
mais forte internamente.
Dívida de R$ 5 milhões com empresários
Se o atraso no pagamento de jogadores é algo recente no clube, o mesmo não se pode falar da dívida com empresários que participaram das negociações de boa parte dos 24 jogadores contratados na gestão atual. Como é hábito nas transações, muitos participantes cobram comissões por conta dos acertos e o montante ainda não quitado com estes intermediários já superam a casa dos R$ 5 milhões em um ano e meio de mandato.
Se o atraso no pagamento de jogadores é algo recente no clube, o mesmo não se pode falar da dívida com empresários que participaram das negociações de boa parte dos 24 jogadores contratados na gestão atual. Como é hábito nas transações, muitos participantes cobram comissões por conta dos acertos e o montante ainda não quitado com estes intermediários já superam a casa dos R$ 5 milhões em um ano e meio de mandato.
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