O projeto de renegociação das dívidas dos clubes, que tramita no
Congresso Nacional, deve passar por mudanças. Após reunião entre a
presidente Dilma Rousseff e representantes de 12 times, em Brasília, foi
criada uma comissão com membros dos ministérios do Esporte e da
Fazenda, da Advocacia-Geral da União (AGU) e dos clubes para rediscutir
alguns pontos e apresentar propostas de alterações no texto que aguarda
votação no plenário da Câmara dos Deputados.
A ideia principal será mantida: alongamento no prazo para a quitação dos débitos em troca da adoção de medidas como o "fair play financeiro", que pune esportivamente clubes que atrasarem pagamentos. No entanto, devem ser ajustadas algumas questões como a definição da taxa de juros que será aplicada - Selic (mais alta) ou TJLP (mais baixa) - e a retirada do texto de itens que não estejam relacionadas diretamente à renegociação das dívidas.
- Vamos pegar o projeto e fazer um pente fino em cima das reuniões que tivemos com o Bom Senso (encontro realizado na última segunda-feira), com os clubes, com a Fazenda (ministério) e a AGU para acertar algumas questões. Tem uma discussão sobre a taxa Selic, TJLP. Na verdade, acho que cerca de 10% (do projeto) que tem que mexer - afirmou o secretário de Futebol do Ministério do Esporte, Toninho Nascimento.
- (As taxas de juros) serão objeto de discussão da comissão. Não há ainda uma definição... A questão da loteria, entendemos que deve ser retirada do projeto - completou o presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade.
A ideia principal será mantida: alongamento no prazo para a quitação dos débitos em troca da adoção de medidas como o "fair play financeiro", que pune esportivamente clubes que atrasarem pagamentos. No entanto, devem ser ajustadas algumas questões como a definição da taxa de juros que será aplicada - Selic (mais alta) ou TJLP (mais baixa) - e a retirada do texto de itens que não estejam relacionadas diretamente à renegociação das dívidas.
- Vamos pegar o projeto e fazer um pente fino em cima das reuniões que tivemos com o Bom Senso (encontro realizado na última segunda-feira), com os clubes, com a Fazenda (ministério) e a AGU para acertar algumas questões. Tem uma discussão sobre a taxa Selic, TJLP. Na verdade, acho que cerca de 10% (do projeto) que tem que mexer - afirmou o secretário de Futebol do Ministério do Esporte, Toninho Nascimento.
- (As taxas de juros) serão objeto de discussão da comissão. Não há ainda uma definição... A questão da loteria, entendemos que deve ser retirada do projeto - completou o presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade.
De
acordo com o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, outro ponto que deve
ser melhor detalhado no projeto são as condições para o pagamento dos
débitos. A proposta dos clubes é que as parcelas não comprometam mais de
4% das receitas anuais dos clubes.
- É algo em torno de 3% a
4% das receitas anuais. Não adianta ser maior do que isso ou os clubes
vão ter que pegar empréstimos para pagar. A ideia básica é que os
clubes, dentro das suas receitas, das suas capacidades, possam arcar com
as suas dívidas. É muito importante deixar claro que ninguém está
pedindo anistia. Estamos pedindo um alongamento das dívidas dentro da
capacidade dos clubes. Em contrapartida, a responsabilização não só dos
dirigentes mas também esportiva para os clubes - afirmou o mandatário
alviverde.
Uma reunião entre representantes dos clubes das
Séries A e B
do Campeonato Brasileiro será realizada na CBF já no início da próxima
semana para definir um posicionamento definitivo em relação ao
projeto. Técnicos do governo também vão trabalhar durante a semana para
definir uma proposta final. O objetivo da comissão é apresentar
resultados até a próxima sexta-feira. O desejo do governo é que o
projeto seja votado no plenário
da Câmara dos Deputados até o mês de setembro.
- Esperamos em
uma semana ter um texto conjunto para
dizer, isso aqui é o projeto... Nós temos que correr, pois tem clube
que não chega ao fim do ano se esse projeto não for aprovado. Também
temos poucas datas de votação. Então, são dois desafios: uniformizarmos o
projeto, o que acho menos difícil, e o desafio maior de colocar em
votação nas poucas datas que temos para que a lei esteja aprovada ainda
este ano - disse o secretário Toninho Nascimento.
Reunião entre a presidente e representantes dos clubes durou cerca de duas horas (Foto: Roberto Stuckert Filho / PR)
Possibilidade de medida provisória não é descartada
O
ritmo mais lento do Congresso no período de campanha eleitoral - a
previsão é de apenas quatro sessões plenárias até outubro - pode fazer
com que a renegociação das dívidas acabe sendo editada por Medida
Provisória (MP). Ao menos, é o que acredita o presidente do Coritiba,
Vilson Andrade, eleito pelos próprios clubes para conduzir as
negociações com governo e parlamentares.
- É uma questão
técnica de como o governo vai fazer. A presidente está extremamente
decidida a resolver essa questão com urgência. Tem que definir a
condição mais favorável, mas acredito que possa sim ser por Medida
Provisória.
No caso, a presidente Dilma Rousseff assinaria
uma MP com as regras para a renegociação das dívidas dos clubes que
passaria a valer imediatamente. O Congresso Nacional teria então um
prazo de 60 dias - prorrogáveis por outros 60 dias - para apreciar o
tema na Câmara dos Deputados e no Senado. Se o texto não fosse aprovada
pelos parlamentares, a medida perderia a validade.
O
secretário do Ministério do Esporte, Toninho Nascimento, não descartou a
possibilidade levantada por Vilson Andrade, mas garantiu que a
prioridade do governo é que a renegociação das dívidas seja aprovada
como Projeto de Lei e não por meio de uma Medida Provisória.
-
Não se falou sobre isso (Medida Provisória). Pelo contrário. É uma
hipótese, mas não é provável. O governo, por enquanto, pensa que tem que
passar pelo Congresso. O tramite normal. A expectativa é que seja
aprovado até setembro. Essa é a esperança - concluiu o secretário.
Veja a lista dos participantes da reunião com a presidente Dilma Rousseff
Ministros
- Aldo Rebelo
- Guido Mantega
Dirigentes de Clubes
- Alexandre Kallil - Presidente do Clube Atlético Mineiro
- Alexei Portela - Presidente da Liga de Futebol do Nordeste
- Andres Sanchez - ex-dirigente (convidado do ministro Aldo Rebelo)
- Antônio Luiz Neto - Presidente do Santa Cruz Futebol Clube
- Carlos Miguel Aidar - Presidente do São Paulo Futebol Clube
- Eduardo Bandeira de Melo - Presidente do Clube de Regatas do Flamengo
- Fernando Schimidt - Presidente do Esporte Clube Bahia
- Giovanni Luigi - Presidente do Sport Club Internacional
- Mário Gobbi Filho - Presidente do Sport Club Corinthians Paulista
- Maurício Assumpção - Presidente do Botafogo de Futebol e Regatas
- Paulo Nobre - Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras
- Romildo Bolzan Jr - Vice-presidente do Grêmio Foot- Ball Porto Alegrense
- Vandick Lima - Presidente do Paysandu Sport Club
- Vilson Andrade - Presidente do Coritiba Foot Ball Club
- Aldo Rebelo
- Guido Mantega
Dirigentes de Clubes
- Alexandre Kallil - Presidente do Clube Atlético Mineiro
- Alexei Portela - Presidente da Liga de Futebol do Nordeste
- Andres Sanchez - ex-dirigente (convidado do ministro Aldo Rebelo)
- Antônio Luiz Neto - Presidente do Santa Cruz Futebol Clube
- Carlos Miguel Aidar - Presidente do São Paulo Futebol Clube
- Eduardo Bandeira de Melo - Presidente do Clube de Regatas do Flamengo
- Fernando Schimidt - Presidente do Esporte Clube Bahia
- Giovanni Luigi - Presidente do Sport Club Internacional
- Mário Gobbi Filho - Presidente do Sport Club Corinthians Paulista
- Maurício Assumpção - Presidente do Botafogo de Futebol e Regatas
- Paulo Nobre - Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras
- Romildo Bolzan Jr - Vice-presidente do Grêmio Foot- Ball Porto Alegrense
- Vandick Lima - Presidente do Paysandu Sport Club
- Vilson Andrade - Presidente do Coritiba Foot Ball Club
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