Jogo feio, com poucas oportunidades de gol e um Flamengo
apático nos 45 minutos inicias. Jayme de Almeida não deixou o Maracanã
satisfeito com o que viu em campo na abertura da decisão do Carioca, neste
domingo, diante do vasco. Menos mal, porém, que o Rubro-Negro conseguiu o
empate após sair atrás no placar e manteve a vantagem na caminhada para o 33º título estadual
de sua história, por ter sido campeão da Taça Guanabara. Agora, uma nova igualdade
daqui a uma semana levará o troféu para a Gávea.
O comandante rubro-negro admitiu que sua equipe foi inferior
aos vascaínos na etapa inicial. Não por questões técnicas ou táticas, mas pelo
Flamengo ter entrado em campo relaxado demais, na opinião do treinador. No
segundo tempo, Gabriel substituiu Lucas Mugni e deu nova vida ao time,
equilibrando as ações em um jogo que careceu de bom futebol no Maracanã.
- O resultado foi ótimo. Temos uma sequência de jogos com
responsabilidade. O Flamengo foi muito abaixo no primeiro tempo, pela postura
de decisão. Flamengo e vasco é sempre jogo pegado, difícil. O vasco entrou para
decidir e o Flamengo devagar. No segundo tempo, empatamos o jogo, teve
expulsão, tivemos um a mais, mas o Vasco se defendeu bem e dificultou. O empate
não é ruim, não podíamos sair desesperadamente. Não foi um jogo bonito. Foi com
muitas faltas. Não acho que se deve jogar feio em final. Toda hora a partida
parava. Encostou, é falta. O jogo passou e se jogou muito pouco futebol - disse
em análise que vai ao encontro da estatística da partida, que teve 60 faltas
(33 do Fla e 27 do vasco).
Como tem sido hábito nas últimas semanas, agora o Flamengo tira o
foco do estadual e pensa na Libertadores. A sequência de decisões, por sua
vez, ainda não permitiu que Jayme de Almeida pense em como superar o León,
quarta-feira, no Rio de Janeiro. Uma vitória garante o Rubro-Negro nas oitavas
de final, mas o treinador já adiantou que a equipe também precisa fazer uso da
cautela para evitar uma nova tragédia diante de um mexicano no Maracanã.
- Vou ser bem honesto e que me entendam bem. Nem parei para
pensar no León. Primeiro, foi o Emelec com minha cabeça toda. Depois, vasco. E
a partir de amanhã vamos pensar em uma estratégia. Temos uma ideia, é um time
que sai bem para o ataque. Se nos jogarmos para cima, corremos riscos. É
preciso ter cuidado. Temos que montar o time, ver quem vai poder jogar, porque
vai ser uma pedreira.
Confira a entrevista na íntegra:
O jogo
O resultado foi ótimo. Temos uma sequência de jogos com
responsabilidade. O Flamengo foi muito abaixo no primeiro tempo, pela postura
de decisão. Flamengo e vasco é sempre jogo pegado, difícil. O Vasco entrou para
decidir e o Flamengo devagar. No segundo tempo, empatamos o jogo, teve
expulsão, tivemos um a mais, mas o Vasco se defendeu bem e dificultou. O empate
não é ruim, não podíamos sair desesperadamente. Não foi um jogo bonito. Foi com
muitas faltas. Não acho que se deve jogar feio em final. Toda hora a partida
parava. Encostou, é falta. O jogo passou e se jogou muito pouco futebol.
Arbitragem
Acho que ele apitou muita falta. Toda hora que encostava e
caia, dava falta. O futebol tem contato, não é só encostar. Ficou feio, com o
jogo toda hora parando. Na primeira bola do segundo tempo, o rapaz devia ter
sido expulso, quando o garoto tabelou e ele agarrou. Depois, teve a mão na
bola. Na terceira, quando foi dar o vasco achou que não podia. Acho que ele
achou que foi culpado e tudo passou a ser falta. O jogo ficou amarrado, feio.
Mas seguimos na luta e semana que vem vamos decidir de novo.
Semana decisiva
Vou ser bem honesto e que me entendam bem. Nem parei para
pensar no León. Primeiro, foi o Emelec com minha cabeça toda. Depois, vasco. E
a partir de amanhã vamos pensar em uma estratégia. Temos uma ideia, é um time
que sai bem para o ataque. Se nos jogarmos para cima, corremos riscos. É
preciso ter cuidado. Temos que montar o time, ver quem vai poder jogar, porque
vai ser uma pedreira.
Flamengo criou pouco?
O Vasco se defendeu bem. Não é fácil. O vasco ficou atrás, é
forte fisicamente, e temos que dar os méritos. Eles se posicionaram com duas
linhas de quatro e não deram espaços. Tentamos, podíamos ter jogado um pouco
mais pelos flancos, mas não posso deixar de enaltecer os meninos que correram e
lutaram. O jogo estava complicado, nervoso. Podíamos ter trabalhado um pouco
mais a bola para entrar na defesa.
Foi certo poupar jogadores?
Acho que fizemos um esforço enorme no Equador. Além do jogo
e da viagem, alguns jogadores sentiram cansaço. Hoje não decidia. Quarta tem
jogo e domingo também. Colocamos um time para encarar o Vasco forte,
equilibrado. Quarta-feira vamos tentar entrar com o que temos de melhor, por
ser um jogo que decide.
Paulinho decidiu o jogo?
O Paulo é um menino que desde o ano passado nos ajudou
muito. Fez uma Copa do Brasil e final do Brasileiro muito bom. Infelizmente,
sentiu um problema no último jogo com o Cruzeiro. Tentou treinar na volta,
trabalhar, mas estava abaixo do que poderia. Tivemos que tirá-lo, recuperamos e
está voltando a ser o jogador do ano passado. Nos ajuda muito na parte ofensiva
e está nos brindando com gols de todos os lugares. Gostamos muito de trabalhar
com ele por se dedicar muito e correr atrás. Tem velocidade e tem finalizado
bem.
Como foi a conversa com o time no intervalo?
O Flamengo do primeiro tempo não estava jogando uma decisão.
Flamengo e vasco é guerra no bom sentindo, tem que ter luta. Fiz uma cobrança
dura no sentido de sermos o Flamengo que jogou com o Emelec. Acho que
entenderam e melhoraram a postura.
Saída do Léo foi por qual motivo?
Ele estava mancando. Na metade do primeiro tempo, deu uma
dividida que sentiu o tornozelo. Já estava pensando em trocar. O vasco queria
tirar alguém com cartão amarelo, começou a pressionar e tirei para o juiz não
compensar a expulsão por uma falta boba.
Carlos Eduardo está fora dos planos?
Não está fora dos planos. Todo jogador do Flamengo... O
Welinton não jogava desde janeiro, foi bem para caramba. Então, todos estão nos
planos.
E os lesionados?
Vamos ver os treinos de segunda e terça para definir a
equipe, quem vai concentrar. Não podemos abrir mão de colocar quem esteja bem
por ser um jogo que vale muito. Temos que botar os melhores e tenho tentado
fazer desta maneira, preservando todos. Todo mundo tem sua importância. Jogamos
com várias equipes e nunca deixamos de buscar a vitória.
O estilo calmo dá certo?
Não consigo ficar gritando. Gritar para ninguém ouvir é
coisa de maluco. Não tem como melhorar alguma coisa, passar uma instrução. Se
parar, dá para chamar, mas no meio do jogo? Com a gritaria da torcida, nem quem
está do meu lado escuta. Não quer dizer que acho que tudo está ótimo. Prefiro
acertar no intervalo.
Qual o motivo para a ausência de João Paulo?
O João Paulo está com um problema na coxa, recebeu uma
pancada fortíssima, ia marcar um jogador que busca o jogo o tempo inteiro. O
jogador do vasco ali é chato no bom sentido. Deu trabalho, mas ficamos
satisfeitos por usar o Frauches, que não é da posição, mas deu o seu melhor.
Os desfalques prejudicaram?
Foram problemas onde tivemos que improvisar nas duas
laterais, perdemos os quatro jogadores de origem. Não podia botar o menino do
juniores em uma decisão dessas. O Frauches foi bem ali em um jogo com o
Atlético-MG, marcando o Neto Berola, depois contra o Grêmio também.
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