Pacotão do Fla: gol déjà vu, 'toco y me voy' e gritos de 'olé' no Serra Dourada

A exibição de gala diante do Botafogo, nas quartas de final da Copa do Brasil, ainda não se repetiu desde então. Mas o Flamengo mostrou eficiência contra o Goiás no Serra Dourada e, com a vitória por 2 a 1 (veja os melhores lances no vídeo ao lado), conseguiu um passo importante na briga pela vaga na decisão do torneio. Mesmo sem ser brilhante, o time rubro-negro teve seus altos e baixos na partida, com direito a tabela, estrela, bobeada, polêmica e até momentos de euforia da torcida.

O resultado dá vantagem ao Fla para o jogo de volta, quando poderá até perder por 1 a 0 que ainda assim avançará para a final. O Rubro-Negro só não se classifica se for derrotado por dois gols de diferença ou por um, desde que seja a partir de 3 a 2. Se o placar de 2 a 1 se repetir a favor do adversário, a disputa vai para os pênaltis. As equipes voltam a se enfrentar já na semana que vem, na quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), no Maracanã.

O gol déjà vu

Guardadas as devidas proporções, é possível dizer que o Maracanã está para Hernane - artilheiro do estádio desde a sua reforma - assim como o Serra Dourada está para Chicão. Pelo menos em se tratando de Flamengo. O zagueiro, que estreou pelo Rubro-Negro marcando um gol de falta na casa do Goiás, repetiu a dose nesta quarta-feira. Desta vez a cobrança foi do outro lado do campo, foi executada de forma diferente - chute forte e no canto do goleiro -, mas deixou muitos torcedores com a sensação de que já viram aquela cena antes.

'toco y me voy'

A parceria Paulinho e André Santos pelo lado esquerdo vem dando resultados ao Flamengo. Na primeira vez em que os dois foram testados juntos, três gols nasceram pelo setor na goleada por 4 a 0 sobre o Botafogo. E contra o Goiás a dupla voltou a ser fundamental no ataque. No melhor estilo 'toco y me voy', tabelinha estilosa do atacante com o lateral-esquerdo, três trocas de passe, drible no zagueiro e gol rubro-negro, o primeiro da vitória por 2 a 1.

O 'olé' destemido

Com o placar de 2 a 1 construído ainda no primeiro tempo, o Flamengo sofreu na etapa final. O time abdicou de atacar e não finalizou uma vez sequer no segundo tempo, foi bombardeado com bolas aéreas rondando a sua área, viu o Goiás criar chances perigosas e chegar perto de empatar o jogo, e ainda teve jogadores exaustos e pedindo substituição, como Paulinho, Carlos Eduardo e Hernane. Mas para o torcedor, nada além do resultado importa. Destemidos, os rubro-negros conseguiram ofuscar a torcida da casa e no fim ainda soltaram o grito de "olé", tradicional de goleadas e atuações de gala, o que não foi o caso, apesar do triunfo.

O objeto de risco

Mas nem só de festa foi o jogo para a torcida rubro-negra. Aos 43 minutos do primeiro tempo, o árbitro paralisou o duelo por causa de um sinalizador acendido em meio aos flamenguistas na arquibancada do Serra Dourada. Muitos sequer perceberam o motivo. Os jogadores começaram a fazer sinal de dentro do campo, outros torcedores gritaram "apaga", até que o objeto foi pisoteado e destruído. Porém, o juiz relatou o episódio na súmula, e o Flamengo agora corre risco de perder mando de campo se for levado a julgamento pelo STJD.

A bobeada

Um dos nomes do Flamengo na temporada, Elias ultimamente não repete suas melhores atuações pelo clube. Um dos que aparentam maior desgaste da maratona de jogos, o volante rubro-negro vinha sendo discreto nos últimos jogos, mas contra o Goiás ele foi vilão - sentimento que já experimentou em setembro, quando perdeu um gol debaixo das traves contra o Náutico, na Arena Pernambuco. Desta vez, em vez de optar pelo simples, ele tentou driblar na saída de bola, foi desarmado por Thiago Mendes e viu Vitor empatar o duelo em 1 a 1 aos 38 do primeiro tempo. O jogador recebeu uma dura de Jayme de Almeida e na etapa final não brincou em serviço.

A polêmica

O relógio marcava 41 minutos do segundo tempo quando o jogo teve seu lance mais polêmico da partida. Numa bola cruzada da esquerda, Welinton Junior completou na área e por muito pouco não empatou a partida. Porém, no momento da finalização, o atacante do Goiás levou um puxão de Diego Silva. A arbitragem nada marcou, o que revoltou os jogadores do Esmeraldino após a partida. Segundo Arnaldo Cezar Coelho, comentarista de arbitragem da TV Globo, existiu o pênalti, mas era um lance difícil para a arbitragem pelo fato de o juiz estar encoberto na jogada.