Alvo de críticas internas, Paulo Pelaipe, de forma voluntária, se
colocou à disposição na tarde desta sexta-feira para conversar com os
jornalistas. Com contrato até dezembro, o diretor executivo do Flamengo –
apesar de toda pressão – garante que não pedirá o boné antes do fim do
ano, quando se encerra seu vínculo. Segundo o dirigente, caso a
diretoria não esteja satisfeita, não existe multa rescisória em caso de
demissão.
- Não sou covarde, não vou sair por conta própria. Eu jamais sairia.
Sempre disseram que teríamos um ano difícil. Não tenho multa rescisória.
O dia que não quiserem mais, eu vou sair pela mesma porta que entrei,
que é a da frente – afirmou Pelaipe.
Durante a semana, o vice-presidente de futebol Wallim Vasconcellos
disse que todos no clube estão pressionados, e que no fim do ano haverá
uma reavaliação para saber o futuro do departamento.
Pelaipe tem sido alvo de críticas da torcida, mas embora seja
responsável pelo futebol, seu poder é limitado pelas decisões e vetos da
cúpula do clube que, além de Wallim, conta com vice-presidente de
marketing, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, e Rodrigo Tostes, vice
financeiro. Ele, por exemplo, ficou fora da conversa para tentar
convencer o técnico Abel Braga a aceitar a oferta do clube. O caso foi
conduzido por Bap.
- Diretor executivo não é dono do clube. Ele executa uma política de
futebol. E a diretoria tem uma linha de ação. Não diminui (o fato de) a
direção conversar com Jorginho, como foi. Com o Mano Menezes. Ou se a
direção conversou com Abel. Ah, o Pelaipe não estava, então está fora.
Estou cuidado dos jogadores, dando apoio à comissão técnica - desabafou o
dirigente, que também garantiu desconhecer uma negociação com
Valdivida, do Palmeiras.
- Esse assunto eu desconheço. Não foi falado comigo. Tenho certeza que
se tivesse alguma coisa o vice (Wallim) teria me comunicado.
O momento é complicado e o dirigente comentou as trocas de treinadores
durante a atual temporada, consideradas por ele próprio acima do normal.
O ano começou com Dorival Júnior, e o comando passou por Jorginho e
Mano Menezes. Agora, o ex-auxiliar Jayme de Almeida acaba de ser
efetivado até o fim do ano.
- Não é normal que em setembro estejamos no nosso quarto treinador. Um
não ficou por conta da questão salarial (Dorival Júnior). O Jorginho de
12 pontos fez dois, a pressão estava grande e não deu para ele
continuar. Nessa última, fomos pegos de surpresa.
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